Formação continuada e autorregulação da aprendizagem: concepções e práticas de professores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Andréa Oliveira
Orientador(a): Tortella, Jussara Cristina Barboza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15497
Resumo: As questões da (não) aprendizagem têm sido uma das queixas mais frequentes na realidade educacional atualmente. Pais e professores são desafiados a lidar com crianças que parecem não aprender, não demonstram interesse nos assuntos escolares, não compreendem aquilo que lhes é solicitado e não conseguem estudar com a tão sonhada (e proclamada nos discursos educacionais) autonomia. Pesquisas internacionais têm mostrado que as crianças aprendem de formas diferentes e que o professor pode apoiá-las nesse processo por meio da promoção intencional de estratégias de autorregulação da aprendizagem. A partir do desenvolvimento do Projeto As Travessuras do Amarelo , no âmbito da formação continuada, que tem como propósito trabalhar com crianças de Ensino Fundamental estratégias de autorregulação da aprendizagem, a presente pesquisa teve como objetivo geral identificar se a participação dos docentes nesse projeto possibilita mudanças em suas concepções e em seus procedimentos didáticos. E por objetivos específicos: i. Identificar as concepções que os docentes participantes do projeto têm sobre aprendizagem e os processos de autorregulação da aprendizagem antes da aplicação do projeto; ii. conhecer as concepções que os docentes participantes do projeto têm sobre a contribuição da formação continuada; iii.analisar o projeto As Travessuras do Amarelo e a participação dos professores ao longo de sua aplicação, procurando verificar as dificuldades, dúvidas, avanços, mudanças nos procedimentos didáticos e dilemas vivenciados por eles. Em nosso quadro teórico discutimos a questão da autorregulação da aprendizagem; aprendizagem e o aprender a aprender e fizemos discussões sobre a formação de professores, com foco especial na formação continuada, seus modelos formativos e sobre seu papel. Num quadro em que mudanças ocorrem de forma acelerada, em que o conhecimento historicamente acumulado está disponível na rede mundial de computadores, os professores já não monopolizam o conhecimento e precisam também estar constantemente aprendendo. A autorregulação emerge, então, como um importante componente, tanto para a formação de professores, inicial e continuada, quanto para suas práticas em sala de aula. Tomando o referencial qualitativo de pesquisa como caminho metodológico, fizemos observações, aplicação de questionários, entrevistas e análise de narrativas de formação e de vida de 22 professoras do 4º ano de 9 escolas de um município no interior de São Paulo. A análise dos dados produzidos indica que, antes do inicio do projeto, as concepções das professoras em relação à autorregulação estavam relacionadas com o ritmo e o controle e, embora imprecisas, continham elementos que explicam o conceito. Ao longo do projeto, algumas professoras foram se apropriando do conceito de autorregulação, mas algumas práticas ainda se revelaram muito ligadas ao controle externo, o que pode dar indícios de que a prática é mais influenciada pelas crenças e pela epistemologia pessoal do professor, do que pelo seu conhecimento, conforme apontam pesquisas. O grupo de professoras valoriza a formação continuada, entretanto há um grande descontentamento com relação aos cursos que têm sido oferecidos em grande quantidade, gerando uma sobrecarga no trabalho das docentes. Ainda assim, a formação continuada pode se configurar como espaço de reflexão e mudança.