¨A gente não tem noção¨: pontos de vista de professores de uma escola pública de Campinas (SP) em relação ao Programa Bolsa Família

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Flores, Daniela Fernanda
Orientador(a): Pires, André
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15496
Resumo: O presente estudo visa compreender os pontos de vista dos professores sobre a importância do Programa Bolsa Família (PBF) como forma de enfrentamento da pobreza por meio da frequência escolar. Para isso, foi apresentado inicialmente um breve histórico da constituição das políticas de bem-estar social no Brasil com o intuito de contextualizar a política de transferência de renda tratada neste trabalho. O PBF, criado em 2003, é um programa de transferência de renda condicionada do governo federal destinado às famílias pobres. Para recebimento do benefício existem condicionalidades que precisam ser cumpridas na saúde e na educação. Na área educacional há a exigência da frequência mínima escolar de 85% para as crianças entre 6 e 15 anos, e 75% para adolescentes entre 16 e 17 anos. No desenho do programa, a exigência da frequência escolar de crianças e jovens na escola seria um fator importante para romper com a chamada transmissão intergeracional da pobreza. Considerando o importante papel do professor no ambiente escolar, a pesquisa buscou analisar seus pontos de vista acerca do processo de enfrentamento da pobreza pelos alunos participantes. Foram entrevistados 13 professores de uma escola estadual localizada na região Noroeste do município de Campinas SP. A análise das entrevistas evidenciou que há um grande desconhecimento dos professores em relação ao Programa Bolsa Família, que não há na unidade escolar espaço ou tempo dedicado à discussão sobre o Programa e seus efeitos e que as informações que lhe chegam são pouco concisas e feitas por canais não institucionalizados. Os relatos das entrevistas apontaram que a maioria dos alunos não tem interesse pelo estudo e que os problemas enfrentados pela escola resultam da política educacional de progressão continuada no estado de SP e o pelo não acompanhamento da família. Os docentes da amostra pesquisada indicaram que a exigência da frequência mínima escolar do PBF não conduz, necessariamente, ao bom rendimento na aprendizagem, colocando em xeque a possibilidade da quebra do ciclo de pobreza nas gerações futuras.