Narrativas de uma equipe de enfermagem diante da iminência da morte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Moraes, Cleber José Aló de
Orientador(a): Granato, Tania Mara Marques
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15934
Resumo: O profissional de enfermagem que trabalha no ambiente de UTI é diariamente confrontado com a realidade da morte. Tal processo é usualmente acompanhado de sentimentos ambivalentes que, ao serem menosprezados ou negados pela própria equipe, trazem prejuízos no que se refere ao acolhimento do sofrimento do paciente, ocasionando o sofrimento psíquico do profissional. Este estudo tem por objetivo investigar as produções imaginativas de uma equipe de enfermagem de Unidade de Terapia Intensiva que cuida de pacientes adultos, em busca dos campos de sentido afetivo-emocional que sustentam suas construções imaginativas diante da iminência da morte. Adotamos o método psicanalítico, que permeia nosso percurso desde a elaboração de uma narrativa interativa, a ser apresentada como procedimento dialógico que enseja a criação imaginativa dos participantes desta pesquisa, perpassando as entrevistas que se seguiram às narrativas interativas, até a análise interpretativa do material obtido. As narrativas interativas e as narrativas transferenciais, como os dois documentos de registro que compõem este estudo, desvelam, entre outros achados, o campo de sentido o qual denominamos Inevitabilidade da Morte, sendo este composto por três subcampos: a impotência, a indiferença e a ausência assimilada. Os três subcampos se encontram intimamente imbricados, por vezes surgindo ao mesmo tempo nas diversas narrativas. O subcampo da impotência é caracterizado por sentimentos e crenças ligadas ao sentimento de derrota ou fracasso da equipe de enfermagem ao enfrentar a morte sem conseguir subjugá-la. O subcampo da indiferença se expressa por reações predominantemente intelectualizadas, onde o distanciamento emocional e a racionalização predominam como defesa contra o impacto emocional da morte. No subcampo chamado de ausência assimilada, encontramos a integração ii entre a potência relativa ou limitada aos recursos disponíveis e a vivência da dor da separação, o que vem resultar na aceitação da morte como parte integrante do viver. A gama emocional tecida em narrativas pelos participantes revela um campo fértil para a pesquisa do sofrimento profissional, dos processos de envelhecimento, dos cuidados paliativos, além de estudos psicossociais sobre o modo contemporâneo de lidar com a morte.