Literatura, memória e imaginação: as crianças e a leitura de histórias na educação infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Brito, Larissa Elizabeth de Barros
Orientador(a): Rocha, Maria Silvia Pinto de Moura Librandi da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15428
Resumo: Trata-se de uma pesquisa sobre o trabalho com a literatura infantil cujo objetivo geral é investigar o que as crianças de 5 a 6 anos têm a dizer a partir das leituras de histórias realizadas pela bibliotecária e pela professora, numa turma de Educação Infantil. A partir deste, foram delineados os seguintes objetivos específicos: (i) investigar as influências e contribuição da mediação do adulto no desenvolvimento psíquico das crianças, no trabalho com a literatura infantil na Educação Infantil; (ii) analisar o que as crianças têm a dizer a partir das leituras de histórias, identificando tendências. Como procedimentos metodológicos foram utilizados: entrevista semiestruturada com a professora e com a bibliotecária; observação das leituras realizadas pela bibliotecária e professora; e entrevistas semiestruturadas coletivas (com grupos de dois a cinco participantes) com as crianças após as leituras. Tanto as entrevistas quanto as observações foram vídeo-filmadas a fim de termos a possibilidade de retornar as cenas identificando gestos que acompanham falas ou mesmo conversas menos nítidas no momento da ida a campo, e que as gravações conservam. No total obtivemos para análise: três momentos de conversa/entrevista com a bibliotecária e uma entrevista com a professora; nove vídeo-filmagens das leituras realizadas; 18 entrevistas com os grupos de crianças; e 49 desenhos produzidos pelas crianças durante as entrevistas. O material empírico foi analisado qualitativamente, com embasamento na teoria Histórico-cultural, com foco nos conceitos da imaginação e da memória como funções psíquicas superiores em desenvolvimento nas crianças e constituídas socialmente. Foram utilizados como eixos de análise das entrevistas com as crianças, bem como das observações das leituras: as narrativas produzidas pelas crianças que recontavam a história; discussões nas quais os participantes colocavam seus pontos de vista; relatos de experiência; e narrativas inventadas. Ao final das análises pudemos perceber que o recontar da história não se fazia individualmente com cada criança, mas sim era construído por uma memória coletiva de cada grupo de crianças entrevistadas. Pudemos notar também que momentos pós-leitura, nos quais o livro ainda é material de exploração e a imaginação é instigada e permitida, são importantes para a (re)significação e apropriação que as crianças fazem do texto. Além disso, pode-se perceber que ideias criativas, nas quais as crianças buscavam incorporar novos elementos à história, tornaram-se cada vez mais frequentes com o decorrer das entrevistas. Destacamos ainda que as mediações dos adultos - a professora, a bibliotecária, a pesquisadora - em cada uma das situações vivenciadas pelas crianças participantes da pesquisa, solicitam, estimulam e legitimam diferentes enunciados e comportamentos das crianças, contribuindo de maneiras distintas para o desenvolvimento psicológico infantil. Foi possível constatar que a mediação do adulto, o modo como ele lida com o texto e conduz a leitura pode contribuir mais positivamente ou menos na constituição da memória e da imaginação das crianças, incentivando-as a criarem ou a, prioritariamente, reproduzirem.