Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Zavaglia, Marina Miranda Fabris |
Orientador(a): |
Granato, Tania Mara Marques |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/17364
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Resumo: |
O presente estudo teve como objetivo compreender a experiência vivida por mulheres-mãesbabás em sua tarefa cotidiana de conjugar o trabalho do cuidado infantil nas esferas pessoal e profissional. Justifica-se como produção de conhecimento relevante, inserida em um conjunto de pesquisas atuais que abordam o tema da maternidade e do sofrimento feminino. Diante da inserção de mulheres de classe média e alta no mercado de trabalho, a delegação do cuidado de crianças às babás reedita uma das possibilidades de organização da demanda do cuidado no contexto brasileiro, marcado pela desigualdade social. Organiza-se como pesquisa qualitativa com método psicanalítico, realizada por meio de entrevistas individuais com doze babás, as quais foram mediadas pelo uso do recurso dialógico denominado “Narrativa Interativa Gráfica” (NIG). A partir deste recurso, buscamos conhecer as histórias de vida das participantes, considerando o imbricamento de opressões em torno de questões de gênero, raça e classe social, bem como as ressonâncias emocionais que o exercício do cuidado infantil como trabalho remunerado produz sobre a experiência de maternidade das babás e vice-versa. O material de pesquisa é composto pelas histórias produzidas pelas babás a partir da NIG, além das narrativas transferenciais elaboradas pela pesquisadora. Em um trabalho conjunto com o Grupo de Pesquisa, esse material narrativo foi interpretado em termos da produção de um campo de sentido-afetivo emocional, que intitulamos “Nascida para servir”, e seus dois subcampos, denominados “Infância e juventude perdidas” e “Eu cuido (como se fosse meu filho), tu cuidas, ele não cuida, nós (mulheres) cuidamos”. O quadro geral sugere que diante de uma experiência de vida marcada por privação de direitos, meninas, em sua maioria, negras e pobres, podem reproduzir na vida adulta a mesma trajetória da infância/adolescência no âmbito do cuidado, cumprindo o destino que lhes foi traçado como legado do gênero, da raça e da classe social. Além disso, deixa evidente a percepção de que não existe diferença entre o cuidado materno e o “cuidado profissional”, desde que ofertado por outra mulher, denotando a rigidez da divisão sexual do trabalho que faz do cuidado assunto afeito ao universo feminino e problema a ser resolvido entre mulheres. |