Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Barcelos, Tomíris Forner |
Orientador(a): |
Granato, Tania Mara Marques |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/17362
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Resumo: |
Objetivamos investigar o imaginário coletivo de profissionais da saúde mental pública sobre adolescentes com transtornos mentais e suas perspectivas futuras. Justifica-se como produção de conhecimento compreensivo que, considerando o desafio de cuidar de pessoas adolescentes em condições de interseccionalidades desfavoráveis, como pertencimento a classes subalternizadas e transtornos psiquiátricos, possa contribuir para o aprimoramento da atuação clínica de equipes de saúde. Organiza-se teórico-metodologicamente como pesquisa qualitativa empírica, com uso do método psicanalítico informado por teorizações dramático-vinculares, incluindo-se entre as perspectivas relacionais que prosperam na psicanálise contemporânea. Realizamos entrevistas coletivas transicionais, organizadas ao redor do uso do Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema (PDE-T), com 15 profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (CAPSi), em três grupos de cinco participantes. Solicitamos que desenhassem e escrevessem uma história sobre “Uma pessoa adolescente na saúde mental” e, em seguida, sobre “Essa pessoa adolescente daqui a 10 anos”. A interpretação preliminar do material produzido pelos participantes indicou lacunas de sentido e demanda profissional por acolhimento, escuta qualificada, capacitação e reflexão clínica, o que nos levou a criar uma modalidade de entrevista devolutiva, objetivando compartilhar nossos achados e oferecer uma nova experiência de escuta. Criamos uma Narrativa Interativa Devolutiva (NID), como recurso dialógico desenvolvido a partir das produções imaginativas sobre o futuro dos adolescentes. Os encontros foram registrados sob forma de Relato Associativo Inicial (RAI), derivados lembranças e memórias. RAIs e PDE-Temas foram compartilhados com o grupo de pesquisa a fim de ampliar os sentidos interpretativos e lapidar a elaboração de Narrativas Transferenciais (NT), nas quais descrevemos o encontro inter-humano em termos de interações, ocorrências, impressões e sentimentos subjetivos da pesquisadora, além dos Desenhos-estória. Esse material subsidiou a produção interpretativa de três campos de sentido afetivo-emocional, subjacentes ao imaginário coletivo sobre os adolescentes: “Ponto de interrogação sem fim”, “Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro” e “Rede de desamparados”, que evidenciam, respectivamente, que o adolescente é visto como uma grande incógnita pelos profissionais, dificultando a aproximação com o drama vivido. Já no futuro, os profissionais projetam fantasias de sucesso e inclusão para os adolescentes, que superariam as adversidades vividas no passado. Identificamos, por fim, que há um sentimento de desamparo e exclusão compartilhado por adolescentes e profissionais. Concluímos que ainda que os profissionais se sintam solitários e desafiados pela complexidade da tarefa, mantêm viva a esperança no trabalho que realizam, apontando, porém, para a importância de desenvolvermos ações de cuidado aos profissionais, de modo a promover a saúde mental destes e qualificar o cuidado ofertado a adolescentes na saúde mental. |