Resumo: |
Introdução: Para qualquer intervenção a um grupo populacional necessita-se compreender suas características e necessidades. O acompanhamento do estado nutricional na infância e na adolescência pode ser feito pelo Índice de Massa Corporal (IMC). Este índice é utilizado pelo baixo custo, simplicidade de realização e outros fatores. O Programa Saúde na Escola (PSE) é uma proposta federal para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira ao integrar a educação à saúde, para enfrentar as vulnerabilidades que comprometem o desenvolvimento dos escolares da rede pública de ensino. O acompanhamento da saúde precocemente alerta para evitar a progressão do desvio nutricional na vida adulta, uma vez que no Brasil ocorre a transição nutricional. Objetivo: Avaliar o estado nutricional de crianças e adolescentes acompanhados pelo PSE em Itatiba-SP em 2014. Método: Estudo transversal sobre prevalência dos Estados Nutricionais, com 6.829 escolares de 0 a 15 anos pertencentes ao PSE. Foram feitas comparações entre gênero, idade e localização. Curvas de IMC específicas dessa amostra foram comparadas com as curvas de referência da Organização Mundial da Saúde. Resultados: Na amostra, 50,3% eram do gênero feminino. Nas crianças menores que 5 anos, a prevalência de excesso de peso foi de 37,9%, entre ≥ 5 e < 10 anos foi de 33,9% e nos ≥ 10 anos foi de 34,0%. No gênero feminino houve maior prevalência de sobrepeso (18,2%), ao passo que, no gênero masculino, a obesidade e a obesidade grave estiveram mais presentes, 10,7% e 3,7%, respectivamente, se comparados às meninas (9,5% e 1,9%) (p<0,001). Para as crianças mais velhas, pré-adolescentes e adolescentes, encontramos que as meninas de 11, 13 e 14 anos apresentaram média de IMC mais elevada se comparadas aos meninos de mesma idade (p<0,05). Em relação à localização, verificou-se que a região com maior rendimento apresentou maior prevalência de excesso de peso. Considerando as curvas de referência da OMS, no ponto de corte de magreza para eutrofia, a curva padrão da amostra estudada foi semelhante. No entanto, no ponto de corte entre eutrofia e sobrepeso, a curva apresentou um padrão mais elevado. Conclusão: A partir dos resultados pode-se verificar que dados de relativa simplicidade para aferição (peso e altura de escolares) contribuem na constatação do estado nutricional, proporcionam o monitoramento da saúde e auxiliam no subsídio para tomadas de decisões em saúde pública à comunidade, bem como servem como base de comparação aos demais estudos científicos. |
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