Concepções de adolescência, saúde mental e bem-estar: um estudo com adolescentes de diferentes contextos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Souza, Samantha de Oliveira
Orientador(a): Dellazzana-Zanon, Letícia Lovato
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/17724
Resumo: A adolescência é um período de transição do desenvolvimento humano, durante o qual o indivíduo passa por mudanças biológicas, psicológicas e sociais. No Brasil, 30% dos adolescentes apresentam sintomas de transtornos mentais (TM) caracterizados por sintomas de ansiedade, depressão e queixas somáticas inespecíficas. Estes transtornos resultam em prejuízos na vida escolar e nas relações familiares e sociais desses sujeitos. Considerando-se que: (a) a adolescência é um processo marcante no desenvolvimento humano e (b) estudos evidenciam uma mudança nos padrões e aumento da frequência de TM em adolescentes, este estudo teve como objetivo compreender as concepções de adolescência e saúde mental de três grupos diferentes: adolescentes de escola pública, escola particular e adolescentes que fazem acompanhamento em instituição de assistência social. Participaram do estudo 22 adolescentes com idades entre 15 e 17 anos, sendo 8 participantes de escola particular, 8 de escola pública e 6 de uma instituição de assistência social. Os instrumentos utilizados foram o Questionário de Dados Sociodemográficos, Questionário de Dados de Nível Econômico, Questionário sobre Concepções de Adolescência (QCA), Escala de Bem-estar Psicológico (EBEP) e o Protocolo de entrevista para grupo focal “Ajudando o Adolescente a se Desenvolver” (Protocolo AAD). Foram realizados três grupos focais, um com cada tipo de participante, conduzidos segundo o Protocolo AAD. Os dados foram analisados por meio de análise de conteúdo, com o apoio do Requalify.ai, um software de inteligência artificial (IA) que utiliza Large Language Models, com arquitetura Generative Pre-trained Transformer (GPT). Os resultados revelaram diferenças entre os contextos. Adolescentes da escola particular destacaram maior pressão acadêmica e comparações sociais, associadas à ansiedade e baixa autoestima. Na escola pública, prevaleceram conflitos interpessoais, bullying e dificuldades acadêmicas, refletindo desigualdades socioeconômicas. Na instituição de assistência social, o suporte comunitário foi identificado como fator protetivo, promovendo maior propósito e resiliência, apesar das demandas emocionais e laborais. Estes achados reforçam a necessidade de intervenções integradas que considerem as especificidades de cada contexto e promovam habilidades socioemocionais, suporte familiar e práticas educativas inclusivas. Políticas públicas intersetoriais, culturalmente sensíveis e participativas são essenciais para reduzir desigualdades e fomentar o bemestar adolescente, alinhando-se ao desenvolvimento positivo e equitativo. Este estudo contribui ao evidenciar como contextos socioeconômicos moldam a saúde mental e o bem-estar psicológico, fornecendo subsídios para a formulação de intervenções mais eficazes e contextualizadas.