Gravidez de fetos malformados: um estudo psicológico com casais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Gasparini, Eliane Verginia Rovigatti
Orientador(a): Terzis, Antonios
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15866
Resumo: Este estudo relata a vivência emocional de quatro casais após a descoberta de anomalias severas no feto em gestação. Objetivou-se: investigar as reações emocionais, ou seja, fantasias, angústias e defesas neles desencadeadas após receberem o diagnóstico pré-natal desfavorável; analisar os vínculos estabelecidos com o feto, a equipe médica, a psicóloga e o cônjuge; compreender os desejos dos pais com relação ao futuro e à evolução da gravidez, bem como descrever as vivências da psicóloga com relação aos casos pesquisados. A análise foi realizada através do método clínico, utilizando a técnica da entrevista livre, não-diretiva. Para interpretar os conteúdos analisados adotou-se a teoria das relações objetais desenvolvida por Melanie Klein, complementada por subsídios de outros estudos psicológicos sobre gravidez de fetos malformados. O enquadre foi adaptado às condições da instituição onde os casais realizaram o estudo pré-natal. Os resultados revelaram o quão difícil é a compreensão das informações médicas transmitidas por ocasião do diagnóstico. Nesse momento, a angústia e a culpa foram típicas da posição esquizo-paranóide. O narcisismo parental, especialmente o da mulher, foi fortemente abalado. A negação, a projeção e a cisão foram as defesas mais utilizadas. As vivências depressivas, marcantes na posição depressiva, sinalizaram uma maior integração egóica e uma diminuição dos mecanismos defensivos. Os maridos apresentaram reações emocionais, expectativas e sentimentos diferentes das vivências femininas. O vínculo estabelecido com o feto foi bruscamente interrompido e fortes sentimentos de ambivalência foram encontrados. Os casais assumiram uma posição de dependência em relação a todos os profissionais da equipe. Uma atitude de respeito às crenças e aos valores dos pacientes favoreceu-os no processo reflexivo e na expressão dos sentimentos. A decisão dos casais em relação à interrupção da gravidez desencadeou um conflito moral respeitado pela equipe. As crenças e os valores de cada casal, bem como a avaliação pessoal da gravidade do problema foram mais determinantes para a decisão acerca do futuro da gravidez do que o tempo gestacional e o vínculo até então estabelecido com o feto. Sugestões foram oferecidas aos profissionais envolvidos no atendimento em Medicina fetal.