Ordem infocomunicacional: o caso da verticalização em São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: De Bona, Laura
Orientador(a): Neto, Manoel Lemes da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/17048
Resumo: Esta tese propõe uma atualização da metodologia dos circuitos espaciais produtivos pela análise do fenômeno da verticalização recente (entre 2000 e 2020) na cidade de São Paulo (SP, Brasil), a fim de explicar a relação entre informação, comunicação e espaço na cidade. Por meio da descrição das etapas e agentes envolvidos na incorporação imobiliária – desde a viabilidade técnica e comercial à entrega das chaves, apresenta-se como a recente constituição da ordem infocomunicacional que permeia a cadeia produtiva dos empreendimentos imobiliários verticais residenciais no município. Partindo da interpretação do fenômeno na escala do município, definiu-se como estudo de caso a atuação da incorporadora Idea!Zarvos para orientar a análise pelos níveis analíticos da pesquisa. A atuação da empresa é concentrada na região do bairro da Vila Madalena e inclui intervenções pontuais em espaços públicos denominadas “gentilezas urbanas”. Inclui também a estratégia de empregar escritórios de arquitetura premiados com total liberdade conceitual para criar, para além de empreendimentos imobiliários diferenciados e flexíveis, verdadeiros objetos de desejo. Objetiva-se situar essa discussão de um estudo de caso particular – a atuação da Idea!Zarvos – no tempo e espaço, visto que a utilização da publicidade no mercado imobiliário não é uma estratégia recente. Contudo, no contexto atual, os processos de branding e de comunicação digital permitem escalar esses discursos de forma sem precedentes, alcançando deliberadamente um público além de nichos de mercado pré-determinados. Assim, à medida em que a produção da paisagem vertical é impulsionada pelos fluxos da globalização e, sincronicamente, faz-se na dimensão do lugar, da cidade e do planeta, o espaço (compreendido como sistema técnico dos objetos – da aparência – e o sistema de ação – da essência política e social) emerge com a espacialização dos lugares dos quais derivam e com a identificação dos agentes que os produzem. A possibilidade de atualizar uma metodologia de análise pelos circuitos espaciais produtivos para explicar o processo geral de verticalização contemporâneo em São Paulo, associando-o a uma particularidade observável num lugar da cidade que pode, por hipótese, ser extrapolada para outros lugares e objetiva, explica e expõe causalidades dos conceitos fundamentais para a compreensão do mundo contemporâneo: espaço, globalização e verticalização. Assim a ordem global e a ordem local se encontram na geografia da produção – do edifício situado no lote à cidade – e expõem a materialidade dos espaços globalizados. Ou melhor, dos espaços da globalização.