Ambientes fluviais urbanos: novos paradigmas de projeto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cardoso, Francisco José
Orientador(a): Bueno, Laura Machado de Mello
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16115
Resumo: Os ambientes fluviais são espaços que apresentam interações ecológico-funcionais importantes para a manutenção da biodiversidade. Porém, na história das cidades é recorrente a sua descaracterização fisco-ambiental, principalmente, pela adoção de soluções com enfoque hidrossanitário que não levam em consideração as relações entre a dinâmica ambiental e urbana. As contradições estruturais do processo de urbanização contemporânea intensificam os problemas e os desafios a serem enfrentados. As intervenções contemporâneas estudadas demonstram a tendência de repensar o modelo técnico-cientifico, adotando novos paradigmas ecológico-ambientais, desenvolvidos de acordo com as especificidades do seu contexto ambiental e urbano. Como contribuição resultante da pesquisa são apresentadas recomendações para elaboração de projetos de forma dialógica e sistêmica. Primeiramente, são abordados os aspectos relacionados com a dinâmica ambiental e as transformações decorrentes do processo de urbanização, com destaque para as intervenções inadequadas que levam a população ao afastamento físico, social e cultural em relação aos cursos d´águas urbanos e às novas perspectivas que incorporam a bacia hidrográfica como elemento estruturante. A seguir são expostos os antecedentes do urbanismo com preocupação ecológico-ambiental, suas vertentes e o levantamento das experiências nacionais e internacionais de intervenções em ambientes fluviais, assim como a reflexão sobre os novos paradigmas do urbanismo com preocupação ecológico-ambiental. Foram levantados e analisados aspectos gerais em relação a concepção de 150 projetos, em 24 países, com intervenções que valorizam a água no meio urbano. Os projetos desenvolvidos para as cidades de Velenje (Eslovenia), Denver (Estados Unidos) e Belo Horizonte (Brasil) foram selecionados e analisados detalhadamente, a partir de uma metodologia própria que procura estabelecer uma leitura sistêmica e dialógica. Na parte final do trabalho são apresentadas recomendações em relação aos aspectos metodológicos e soluções de projetos de intervenção que promovam a incorporação e valorização dos elementos do ambiente fluvial na morfologia e na paisagem urbana, levando-se em consideração as relações entre a dinâmica ambiental e urbana. Conclui-se que os projetos de intervenção em ambientes fluviais urbanos devem estabelecer a dialética entre a dimensão ambiental, urbana e humana, tendo como pressupostos que o homem não cria novos sistemas, que a cidade possui uma racionalidade própria e que os ambientes fluviais urbanos são espaços com múltiplas funções. Sua elaboração deve partir da compreensão da dinâmica ambiental e urbana, estabelecendo princípios e critérios coerentes com essa realidade, que levem em consideração as múltiplas relações dimensionais e escalares, apresentando múltiplos objetivos para responder à complexidade do meio urbano. A intervenção deve contemplar e/ou articular as escalas do planejamento regional e urbano com as intervenções pontuais no ambiente fluvial. O diferencial, que qualifica os projetos de intervenção em ambientes fluviais urbanos, está na valorização da água como elemento estético e a sua incorporação como elemento da morfologia e da paisagem urbana, a partir da compreensão da sua bacia hidrográfica e da relação com escalas maiores e menores.