Resumo: |
Em 2010, a U.S. Navy iniciou esforços para o desenvolvimento do Unmanned Carrier- Launched Airborne Surveillance and Strike (UCLASS), programa que tinha o potencial de modificar a forma como os porta-aviões eram empregados. De acordo com requisitos estabelecidos em 2011, o programa deveria resultar à uma Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) furtiva, que pudesse ser utilizada à partir daquele navios e fosse capaz de realizar missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR) e ataques de precisão em ambientes contestados. Entretanto, aqueles requisitos foram alterados em 2012 em favor de uma plataforma dedicada à missões de ISR em torno dos navios aeródromos dos EUA, que pudesse realizar tarefas de contraterrorismo em ambientes permissivos e que tivesse custos acessíveis, com esse último aspecto se tornando um parâmetro de performance essencial. Aquela organização militar defendeu as modificações citadas, argumentando que elas eram necessárias para que o programa fosse acessível em termos orçamentários. Todavia, o Congresso norte-americano pressionou aquela Força em favor da retomada dos requisitos originais, mas a interferência civil não foi suficiente para garantir a inovação. A partir de 2016, o UCLASS deu lugar ao Carrier Based Aerial Refueling System (CBARS), uma ARP dedicada ao reabastecimento em voo de aviões de caça tripulados e com capacidade limitada de ISR. O caso deu início a um debate sobre a resistência com que as Forças Armadas (FFAA) tratam inovações potencialmente disruptivas. A presente dissertação utiliza o rastreamento de processo e o estudo de caso, bem como as contribuições teóricas de Stephen P. Rosen e Terry C. Pierce, para investigar o motivo da referida atuação do Legislativo ter falhado. Observou-se que o baixo apoio militar e a resistência à uma inovação disruptiva no seio da U.S. Navy, bem como a falta de suporte do Escritório do Secretário de Defesa limitaram as chances de sucesso da ingerência feita pelo Congresso |
---|