Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Artusi, Lucia |
Orientador(a): |
Figueiredo Jr., Alberto Garcia de,
Gonzalez-Rodriguez, Eliane |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Fluminense (UFF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/26413
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Resumo: |
Este trabalho envolveu a análise dos sedimentos superficiais, da morfologia do fundo bem como da estruturação do subfundo marinho da plataforma continental adjacente à Laguna de Araruama (RJ). Os resultados permitiram a caracterização geológica da área e a elaboração de um esboço da sua evolução a partir do Mioceno Superior-Plioceno (?). Os dados batimétricos utilizados foram das Folhas de Bordo da DHN, os sedimentológicos provêm dos bancos da DHN (BNDO) e do PGGM, e os perfis sísmicos são os das comissões GEOMAR XVI (1980), CENTRATLAN I (1981), GEOMAR XX (1982) e Diadorim (2003). A interpretação dos perfis sísmicos permitiu a delimitação do embasamento acústico até a isobatimétrica de cerca de 115 m, tendo sido verificada a espessura de sedimentos variando de 0 m a NW a mais de 200 m a SE da área estudada. A morfologia do embasamento acústico, semelhante a do terreno continental emerso, sugere ser constituído de rochas do embasamento cristalino, bem como de rochas vulcânicas na porção centro-leste. Sobreposto ao embasamento acústico, foram identificadas quatro seqüências sedimentares (I, II, III e IV), separadas por quatro discordâncias (DI, DII, DIII e DIV). As idades dos principais eventos geológicos identificados nos sismogramas, foram inferidas a partir dos trabalhos de Azevedo Jr. (1991) e Silva (1992). Assim, foi estimado que os sedimentos da Seqüência I seriam Miocênicos e que a discordância DII poderia corresponder ao marco Cinza, datado no Mio-Plioceno. A Seqüência II teria sido formada no Neo-Plioceno, enquanto que a DIII poderia corresponder ao marco P, com idade de 500.000 anos. A Seqüência III, Pleistoceno e a discordância DIV estariam relacionadas ao evento regressivo que antecedeu à transgressão de 123.000 anos. A partir destas estimativas, considera-se que a morfologia atual das plataformas interna, média e parte da externa foi moldada a partir da transgressão que se iniciou há aproximadamente 18.000 anos A.P., quando o nível do mar esteve cerca de 130 m abaixo do atual, baseando-se na curva de Corrêa (1990). Vinte e seis paleo-canais foram identificados, os quais, analisados em termos de dimensões e profundidades dos talvegues, sugerem resultar da migração de canais ligados ao antigo sistema de drenagens oriundos provavelmente da laguna de Araruama. A interpretação da morfologia e da distribuição dos sedimentos superficiais na área de estudo revelou que há dois domínios distintos: o primeiro, formado pelos sedimentos terrígenos com mais de 20% de CaCO3 vai da costa até a isobatimétrica de cerca de 105 m e se caracteriza pelo gradiente de 1:220 (0,26º), pelo paralelismo a sub-paralelismo dos contornos das isobatimétricas; o segundo domínio, caracterizado pelos sedimentos carbonáticos (teor > 80%), inicia-se na isobatimétrica de aproximadamente 105 m e se caracteriza pelo gradiente de 1:1550 (0,036º) e pelo padrão irregular dos contornos isobatimétricos. Também foi verificada a ocorrência de sulcos superficiais com direção preferencial N-S, denominados de canalizações. Duas áreas de maior ocorrência destas canalizações foram observadas, uma a NW da área e outra ao longo da faixa isobatimétrica entre 100 e 115 m, as quais podem estar relacionadas com as correntes de retorno resultantes da ação de ondas de tempestades oriundas de SW, que incidem na costa. Sugere-se que este mesmo processo seja o responsável pela formação das canalizações situadas na faixa entre as isobatimétricas de 90 e 100 m abaixo do nível do mar atual há cerca de 15.000 anos A.P., baseando-se na curva de Corrêa (1990). |