Concentrações de mercúrio em vertebrados marinhos de um ambiente de ressurgência no litoral do cabo frio, costa leste do estado do Rio de Janeiro, Brasil
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM)
Universidade Federal Fluminense (UFF) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/845156 |
Resumo: | O mercúrio (Hg) pode ocorrer no ambiente de forma natural ou através de fontes antrópicas. Quando originário de fontes antrópicas, como despejos urbanos e industriais, constitui uma ameaça para o ecossistema, para a biota aquática e, consequentemente, para a saúde humana. Dependendo das condições físico-químicas, o Hg que é introduzido no ambiente pode se transformar em diferentes formas. Uma vez liberado na forma inorgânica no ecossistema aquático, se agrega à matéria orgânica formando o metilmercúrio (MeHg), que é a forma mais tóxica do elemento, sendo o principal responsável pela intoxicação do ser humano através do consumo de pescado, principalmente de peixes, já que a grande maioria desse metal presente nesses animais encontra-se na forma metilada. Em vertebrados marinhos, sua principal via de absorção ocorre através da alimentação, que junto com a baixa taxa de excreção desses animais, leva ao aumento das concentrações do elemento ao longo da cadeia trófica. Localizada na costa leste do Estado do Rio de Janeiro, sudeste do Brasil, a região do Cabo Frio possui duas características importantes: uma singular projeção oceânica em relação ao litoral, tornando-a um dos pontos da costa brasileira que mais avança em direção ao mar, e a presença do fenômeno da ressurgência, que é a subida das águas frias e profundas ricas em nutrientes, o que aumenta a quantidade e, consequentemente, a oferta de nutrientes no mar, tornando as águas da região atraentes para diversos grupos de vertebrados marinhos. O presente trabalho tem como objetivo principal determinar as concentrações de mercúrio total (HgT) em amostras de tecido muscular de vertebrados marinhos associados a um ambiente de ressurgência e avaliar, no caso dos espécimes de peixes analisados, se tais concentrações estão dentro dos limites máximos estabelecidos para consumo humano, que é de 0,5 μg.g-1 para peixes não-carnívoros e produtos da pesca e 1 μg.g-1 para peixes carnívoros. As amostras de peixe foram adquiridas em mercados da região, enquanto que as amostras de mamíferos marinhos foram obtidas através de encalhes em praias da área de estudo. As concentrações de HgT nas amostras de tecido muscular de peixes foram determinadas através da técnica de Espectrometria de Fluorescência Atômica com geração de Vapor Frio com o Analisador Millennium Merlin, enquanto que as concentrações de HgT nas amostras de tecido muscular de mamíferos marinhos foram determinadas através da técnica de Espectrometria de Absorção Atômica com Decomposição Térmica e Amalgamação com o Analisador de Mercúrio Direto DMA-80. Foram encontradas as seguintes concentrações (peso úmido / PU): bonito-pintado (Euthynnus alletteratus) / (N = 30) - (0,833 ± 0,443 mg.kg-1), leão-marinho-do-sul (Otaria flavescens) / (N = 1) - (0,057 ± 0,010 mg.kg-1), baleia-de-Bryde (Balaenoptera edeni) / (N = 1) - (2,28 ± 0,39 mg.kg-1), golfinho-nariz-de-garrafa-comum (Tursiops truncatus) / (N = 2) - (1,483 ± 0,168 μg.g-1), golfinho-pintado-do-Atlântico (Stenella frontalis) / (N = 1) - (3,542 ± 0,369 μg.g-1), falsa-orca (Pseudorca crassidens) / (N = 1) - (3,691 ± 0,265 μg.g-1) e orca (Orcinus orca) / (N = 1) - (5,591 ± 0,241 μg.g-1). No caso de E. alletteratus, dependendo da frequência de consumo, a espécie pode representar risco à saúde humana, principalmente em grupos vulneráveis aos efeitos da intoxicação por Hg, como gestantes e crianças. Palavras-chave: Metais pesados, Hg, peixes, mamíferos marinhos. |