Avaliação de indicadores populacionais de Aedes aegypti obtidos através de armadilhas de oviposição: considerações com base em um modelo computacional
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Laboratório Nacional de Computação Científica
Coordenação de Pós-Graduação e Aperfeiçoamento (COPGA) Brasil LNCC Programa de Pós-Graduação em Modelagem Computacional |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.lncc.br/handle/tede/372 |
Resumo: | O mosquito Aedes aegypti é o principal vetor de dengue no Brasil. Por não haver vacina ou tratamentos específicos, a principal forma de combate a esta doença é através do controle vetorial, cuja intensidade e qualidade é avaliada a partir de indicadores de infestação. Tradicionalmente, indicadores de infestação são baseados em inspeções domiciliares que determinam a proporção de casas ou criadouros com presença de formas imaturas do mosquito. Uma alternativa mais recente, apresentada como mais eficiente e menos custosa, é o uso de armadilhas, especialmente aquelas dependentes do comportamento de oviposição do mosquito, uma vez que são armadilhas que atraem fêmeas que vão ovipor. A estimação populacional baseada em armadilhas, porém, é sensível à variações ambientais que afetem a atratividade destas, assim como são sensiveis ao padrão espacial de distribuição da população. Apesar de se reconhecer a heterogeneidade ambiental possa interferir na estimativa gerada, não há, até o momento, uma abordagem sistemática à esse problema. Nesse contexto, o presente trabalho propõe um modelo computacional espacialmente explícito para a avaliação de índices de infestação gerados por armadilhas de oviposição em diferentes condições ambientais. O modelo desenvolvido é baseado em indivíduos, permitindo incorporar variáveis de comportamento (deslocamento e escolha de sítios de oviposição) que podem afetar a relação entre o tamanho populacional de mosquitos na área com o índice gerado pelo processo de amostragem. O processo de amostragem é simulado através de armadilhas dispostas na área, cujo poder de atração depende de sua qualidade (atratividade nominal) e também de características do ambiente em sua vizinhança (disponibilidade de outros sítios para oviposição). O padrão espacial das capturas simuladas foi comparado a dados empíricos de estudo realizado em localidades da cidade do Rio de Janeiro. Os resultados encontrados indicam que a distribuição de criadouros no ambiente pode induzir uma alteração no padrão espacial observado da população de mosquitos, com os indivíduos concentrados em locais de maior disponibilidade. A comparação com os resultados do monitoramento em campo demonstra que os processos simulados são capazes de reproduzir os padrões encontrados empiricamente. Os indicadores de infestação para toda a área (proporção de armadilhas positivas e número médio de capturas por armadilhas) apresentaram fortes correlaçês com o tamanho da população local. Porém, a presença de criadouros no ambiente interfere negativamente nos índices gerados e essa interferência é maior em situações de populações de mosquitos espacialmente agrupadas. A densidade populacional tende a ser sub-estimada em situações de grande disponibilidade de criadouros. Esses resultados indicam que deve-se ter cuidado ao comparar índices oriundos de áreas diferentes ou até mesmo oriundos da mesma área, porém em diferentes estações do ano. O uso de indicadores populacionais obtidos com armadilhas de oviposição em programas de vigilância entomológica deve levar em conta variáveis ambientais como o número de criadouros ou a precipitação local. Porém, a contagem exaustiva dos criadouros na área é trabalhosa impedindo que seja aplicada rotineiramente. É proposto um desenho amostral que permite avaliar a interferência de outros sítios de oviposição na estimativa gerada por armadilhas, mesmo quando se desconhece a real quantidade de criadouros na área. |