O Uso de Corticosteroide Inalatório a Longo Prazo Está Associado a Piores Desfechos de Saúde em Adultos com Asma?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: PEDROSO, Ariele
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.pgsscogna.com.br//handle/123456789/59367
Resumo: Introdução: Os corticosteroides inalatórios (CSI) são amplamente utilizados no tratamento da asma devido aos seus efeitos anti-inflamatórios. Há evidências de que os CSI melhoram o controle da asma, medido pela melhora dos sintomas e na redução das exacerbações. Apesar dos benefícios que a medicação traz a essa população, existem alguns efeitos adversos relacionados à dose. Portanto, é cientificamente relevante investigar se, a longo prazo, a medicação pode ser prejudicial em desfechos de saúde em indivíduos adultos com asma. Objetivos: Identificar o efeito da utilização de CSI por tempo prolongado nos desfechos de saúde em indivíduos adultos com asma. Métodos: Estudo transversal com indivíduos com diagnóstico de asma moderada a grave e clinicamente estáveis. Foram avaliados: histórico de exacerbações, função pulmonar (espirometria), controle da doença (Asthma Control Test - ACT), qualidade de vida (Asthma Quality of Life Questionnaire - AQLQ), ansiedade e depressão (Hospital Anxiety and Depression Scale - HADS), dispneia (modified Medical Research Council - mMRC), força muscular respiratória (manovacuometria), força de membros inferiores (contração isométrica voluntária máxima), força preensão palmar (dinamometria), capacidade funcional (Teste de caminhada de 6 minutos [TC6min], 4-meter gait speed [4MGS], Timed up-and-go [TUG], Sit-to-stand [STS]), atividade de vida diária (London Chest Activity of Daily Living - LCADL e Glittre-ADL test), atividade física na vida diária (acelerômetro Actigraph®) e composição corporal (bioimpedância corporal). Foram comparados os grupos que usaram a medicação por ≤ 3 anos (N=37) e >3 anos (N=30), essa divisão dos grupos foi feita pela mediana do tempo de uso dos CSI. Resultados: Dentre os 67 indivíduos analisados, 69% eram do sexo feminino, adultos (49±14 anos), IMC 29±6 kg/m², em uso de CSI (budesonida, beclometasona ou equivalente) em dose média (655±333 mcg) associado broncodilatador de longa duração (20±14 mcg), com 36 [12-72] meses de uso. Não foram identificados piores desfechos no grupo que usou a medicação por mais tempo, exceto pelo volume expiratório forçado no primeiro segundo, em litros (P=0,014), mas essa diferença deixa de existir quando ajustada para idade e IMC (2,36±0,11 vs 2,03±0,12; P=0,055). Conclusão: O grupo que usou CSI por mais tempo teve resultados semelhantes em comparação ao grupo que usou por menos tempo. Devido ao mecanismo de ação local e à baixa exposição sistêmica, acredita-se que a CSI possa ter pouco efeito negativo nos desfechos avaliados neste estudo.