Comparação dos efeitos de exercícios respiratórios e treinamento físico combinado em solo versus em ambiente aquático sobre desfechos clínicos em crianças asmáticas: ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: VARGAS, Nayara Shawane
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.pgsskroton.com//handle/123456789/34103
Resumo: Introdução: Intolerância ao exercício e outras manifestações sistêmicas têm sido relacionadas ao pior controle da asma. As intervenções fisioterapêuticas podem compor seu arsenal terapêutico, entretanto, ainda não há consenso sobre seus efeitos, a maioria das evidências são em adultos, em solo e investigam técnicas isoladas. Objetivo: Comparar os efeitos de intervenções fisioterapêuticas com exercícios respiratórios e treinamento físico combinado em solo versus em ambiente aquático associada à educação em saúde sobre a capacidade de exercício (CE), função pulmonar (FP), mobilidade torácica (MT), flexibilidade da cadeia posterior (FCP), força muscular respiratória (FMR) e periférica (FMP), qualidade de vida (QV), qualidade do sono (QS), nível do conhecimento da asma (NCA), controle da asma (CA), nível de atividade física (NAF), uso de medicação e exacerbações em crianças asmáticas. Materiais e Métodos: Este estudo incluiu 29 crianças asmáticas que foram randomizadas em grupo solo (GS) e grupo água (GA) e realizaram 24 atendimentos de intervenções fisioterapêuticas similares com exercícios respiratórios e físicos (aeróbicos e resistidos) progressivos por 12 semanas associadas a quatro atendimentos de educação em saúde. O protocolo incluiu: aquecimento; exercícios respiratórios, de fortalecimento muscular periférico e aeróbicos progressivos; e desaquecimento. A CE foi avaliada pelo teste de caminhada de seis minutos (TC6), a FP pela espirometria e o pico de fluxo expiratório, FMR pela manovacuometria, MT pela cirtometria, FCP pelo teste de sentar e alcançar, FMP pelo teste de uma repetição máxima (1RM), QV pelo Pediatric Asthma Quality of Life Questionnaire, QS pela Escala para Distúrbios do Sono em Crianças e Escala de Sonolência de Epworth (EES), o NCA pela Newcastle Asthma Knowledge Questionnaire, CA pelo Childhood Asthma Control Test (c-ACT), NAF pelo Physical Activity Questionnaire for Children e o uso de medicação e exacerbações pela ocorrência no último mês relatada pelo responsável. Resultados: A CE, FMR e FMP melhoraram significativamente nos dois grupos (P<0,01 para todas). Na FP melhoraram significativamente a CVF e o PFE (P<0,05), entretanto o VEF1 só melhorou no GS (P=0,036). Também houve melhora significativa na FCP, QV, QS, no CA e NCA e redução significativa do uso de medicação e exacerbações em ambos os grupos (P<0,05 para todas). Na análise do tamanho do efeito do tratamento também se observou melhora com relevância clínica para a maioria das variáveis. Na comparação intergrupos houve diferença significativa na presença de exacerbação leve no último mês que foi menor no GS (P=0,044), no delta do 1RM de quadríceps (P=0,011) a favor do GS e no delta do item sintoma no questionário de QV (P=0,041) e da EES da QS (P=0,011) a favor do GA. Conclusão: As intervenções fisioterapêuticas associada à educação em saúde promoveram benefícios em crianças asmáticas, melhorando a CE, FP, FCP, FMR, FMP, QV, QS, o CA e NCA apresentando relevância clínica para esses desfechos, e reduzindo o uso de medicação e as exacerbações, tanto em solo como em ambiente aquático após a intervenção. Ambas as modalidades terapêuticas foram igualmente benéficas e, portanto, as intervenções fisioterapêuticas em ambiente aquático podem ser mais uma opção de tratamento seguro e eficaz para estes pacientes. Mais investigações são necessárias para fortalecer as evidências sobre os benefícios das intervenções fisioterapêuticas, principalmente aquáticas, em crianças asmáticas.