Resumo: |
Os incêndios florestais no pantanal têm aumentado em frequência e intensidade, com 26% da área do bioma em 2020 destruída. O efetivo do Corpo de Bombeiros Militar do estado de Mato Grosso do Sul – CBMMS, atualmente conta com cerca de 1500 militares, o que aponta para um déficit uma vez que sua previsão legal seria de 3300. O intenso trabalho nessas áreas e o grande tempo de exposição contribuem para a intoxicação por monóxido de carbono - CO, fato que direcionou este estudo. A pesquisa desenvolvida segue a linha de Sociedade, Ambiente e Desenvolvimento Regional Sustentável. Objetivou-se verificar a evolução dos incêndios florestais no pantanal sul-mato-grossense e sua relação com a intoxicação por monóxido de carbono em bombeiros militares. Foram coletadas informações a respeito do aumento das queimadas no pantanal do estado de Mato Grosso do Sul, utilizando dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Além disso, foi proposto um estudo pioneiro acerca da intoxicação por CO em bombeiros durante o combate a incêndios florestais, utilizando-se o O-oxímetro de pulso portátil de mão Rad-57® da empresa Masimo. Este aparelho é um oxímetro de pulso que também pode verificar a saturação da hemoglobina pelo monóxido de carbono, de forma não invasiva. Foram avaliados 12 alunos do Curso de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do Corpo de Bombeiros Militar do estado de Mato Grosso do Sul, ao início e ao final de cada turno, em 2 dias de queima controlada de 2,2 hectares na fazenda Maracangalha, em Corumbá, Mato Grosso do Sul. Após a coleta, os dados foram analisados estatisticamente, de forma a verificar se a intoxicação é relevante e, em caso positivo, a partir de que momento há risco para a saúde desses profissionais. O aumento observado de incêndios florestais no pantanal de Mato Grosso do Sul, em sua frequência e intensidade, levou em 2020 a um pico de mais de 1,7 mihão de hectares queimados. Todos os militares apresentaram alguma intoxicação, que variou de 2 a 12%, sem desintoxicação efetiva entre um dia e outro de combate ao incêndio controlado. Conclui-se que o aumento das queimadas no pantanal sul-matogrossense vem implicando em um maior empenho de pessoal pelo CBMMS, ampliando a exposição a intoxicações potencialmente fatais, pelo monóxido de carbono. Observou-se que a prevalência de intoxicação é de 100%, sendo necessário mais estudos acerca de suas consequências e impactos à saúde dos 8 combatentes de incêndios florestais. |
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