Educação matemática financeira: a percepção do professor da educação básica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: LIMA JUNIOR, Haroldo Aleixo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.pgsskroton.com//handle/123456789/48986
Resumo: A Educação Financeira é uma temática relevante quando se fala sobre a vida em sociedade, sobretudo no sistema capitalista vivenciado. Esse modelo social, ao mesmo tempo que possibilita diversas formas de consumo, abre espaço também para o risco do excesso, que gera o desequilíbrio e descontrole no uso das finanças. Com a criação da Estratégia Nacional de Educação Financeira – ENEF pelo Decreto Federal 7.397/2010, a Educação Financeira vem ganhando força em vários âmbitos da sociedade, especialmente na Educação Básica. Porém, a preocupação que existe é como esse tema – Educação Financeira (EF) está sendo percebido e compreendido pelos professores de matemática que atuam na Educação Básica. A partir de algumas indagações, definiu-se a seguinte questão de pesquisa: Qual a percepção/conhecimento do professor de matemática da educação básica sobre a Educação Financeira e suas possiblidades na prática escolar. A metodologia de natureza qualitativa, contou com a participação de 24 professores do Ensino Fundamental e Médio que lecionam matemática em escolas públicas da rede estadual de São Paulo. Utilizou-se para coleta de dados um questionário com perguntas fechadas e abertas utilizando Google Forms e entrevistas, realizadas remotamente na plataforma Teams que foram gravadas com o consentimento dos participantes. A análise dos dados pautou-se em teóricos e pesquisas bibliográficas da área de Educação Matemática, Educação Financeira e Formação do Professor, assim como, nos documentos curriculares oficiais da Educação Básica e outros, como Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, voltados para a temática da Educação Financeira. A organização da análise constituiu-se em cinco categorias: Conhecendo o perfil dos professores, Percepção e Educação Financeira na Formação, Educação Financeira e currículo, Educação Financeira e Materiais Didáticos e Educação Financeira: o discurso e a prática. Os resultados mostraram que os participantes por menor que tenha sido o contato com conteúdo relativo às finanças isto ocorreu com foco na Matemática Financeira (MF) e quanto aos materiais didáticos identificaram que são poucos os conteúdos de EF contidos nos livros e apostilas, além da falta de situações problemas que exijam por parte do aluno raciocínio e cognição que propõem análises críticas e tomadas de decisões. Os professores revelaram dois tipos de entendimentos. Alguns demonstraram ter percepção/conhecimento de que existe diferenças entre Matemática Financeira (MF) e Educação Financeira (EF) e que esses dois conceitos podem estar interrelacionados. Enquanto, outros professores tiveram o entendimento de MF e EF de forma dicotomizada que polariza esses dois conceitos. Embora a MF e a EF tenham características próprias, esta visão cartesiana acaba restringindo o uso de conceitos matemáticos, inclusive distanciando o potencial de um ensino de matemática voltado para promover a consciência crítica do estudante. Para desenvolver práticas envolvendo EF a percepção/conhecimento do professor sobre esses conceitos é fundamental, bem como a sua formação voltada para os princípios inovadores presentes nos documentos curricular da Educação Básica. O novo Ensino Médio norteia as escolas e a construção de itinerários formativos, viabilizando assim o trabalho por projeto com os estudantes a fim de propiciar o desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo para estarem preparados, conscientes e autônomos para atuarem na sociedade atual.