Avaliação da atividade antioxidante de peptídeos provenientes de hidrolisados de soro de leite em células intestinais Caco-2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Espindola, Juliana Santos de
Outros Autores: Galland, Fabiana Andrea Barrera (Orientador)
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Ital - Instituto de Tecnologia de Alimentos
Campinas-SP
Brasil
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ital.sp.gov.br/jspui/handle/123456789/753
Resumo: As células intestinais são continuamente expostas a fatores exógenos, como as espécies reativas de oxigênio (EROs), os quais podem ser gerados no lúmen intestinal em decorrência da interação entre os compostos digestivos. Um desequilíbrio na produção e no sistema antioxidante pode promover o estresse oxidativo e contribuir para o desenvolvimento de desordens gastrointestinais, como doenças inflamatórias do intestino e câncer de cólon. Peptídeos derivados de alimentos tem sido estudado devido as suas propriedades antioxidantes e seu potencial para prevenção de doenças associadas ao estresse oxidativo, contudo, pouco avaliadas em sistemas biológicos celulares. Portanto, este trabalho propõe avaliar a atividade antioxidante de digeridos peptídicos derivados do soro do leite sobre células intestinais Caco-2. Utilizando um protocolo de digestão in vitro (INFOGEST) obtivemos um grau de hidrólise de 35,2%, com formação de peptídeos de baixa massa molecular (< 600 Da) avaliados por FPLC. A hidrofobicidade superficial dos peptídeos obtidos foi média, apesar da composição da amostra apresentar aminoácidos majoritariamente de características hidrofóbicas e ácidas. A atividade antioxidante dos peptídeos após a digestão duplicou quando comparamos aos resultados do isolado proteico, pelos métodos de capacidade antioxidante ABTS, DPPH e ORAC. O hidrolisado foi avaliado em células Caco-2 estimuladas com peróxido de hidrogênio. Foi observado que o hidrolisado diminuiu a produção de EROs, aumentou a atividade antioxidante por meio da quantificação da SOD e glutationa. As células Caco-2 não responderam à secreção de óxido nítrico. O sequenciamento dos peptídeos identificou 12 sequências provenientes de β-lactoglobulina, 11 sequências da β-caseína e 1 sequência da α-lactoalbumina. A maior parte das sequências apresentaram os aminoácidos lisina e valina na região N-terminal e tirosina na região C-terminal, que são conhecidos por exibir propriedades antioxidantes. Esse estudo sugere que os peptídeos do soro de leite formados durante a digestão gástrica apresentam atividade antioxidante, sem a necessidade de hidrólise prévia com enzimas exógenas para aplicação em suplementos. A principal contribuição do estudo foi a demonstração da atividade antioxidante dos peptídeos do soro de leite na manutenção das células da barreira gastrointestinal, potencialmente prevenindo patologias oxidativas que afetam o sistema digestivo.