Previsibilidade dos retornos e o valor das opções reais nas empresas da América Latina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cardoso, Luiz Gustavo Mauro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.repositorio.insper.edu.br/handle/11224/2710
Resumo: A essência da gestão estratégica é definir com ações e recursos meios para capturar valor econômico de forma sustentável no longo prazo. Todavia, os tradicionais métodos de avaliação de empresas como o Fluxo de Caixa Descontado, e o Fluxo de Dividendos Descontados possuem resultados estáticos a um dado cenário, logo, não levam em conta as possibilidades das flexibilidades (opções) na gestão de cada empresa, em especial àquelas que atuam em múltiplos segmentos de atividade e regiões geográficas. A flexibilidade de gestão é um componente estratégico para a manutenção ou criação de vantagem competitiva, e por consequência influência na capacidade da empresa em gerar valor econômico. O intuito deste trabalho é examinar se o valor das opções reais em empresas com sede fiscal na América Latina, que atuam em múltiplos segmentos – ou seja, em países e segmento de setor de atividades diferentes – que foram ou são listadas entre dez/1994 à dez/2017, possuem (a) poder de previsibilidade do futuro retorno das ações, (b) se o tipo de controle importa, e (c) se há menores prêmios de risco em comparação à média de mercado mesmo controlando pelos fatores de risco dos modelos de 3 fatores (Fama-French, 1993), quatro fatores (Carhart, 1997), e por 5 fatores (Fama-French, 2015). Para tanto, utilizamos como variável proxy para fins de opções reais o grau de flexibilidade operacional mercadológica estimado pelo PVGO (Price Value and Growth). Para fins de robustez, estimamos por três (3) métodos distintos conforme (a) dividendos (Kester, 1984), (b) Valor da Firma (Tong e Reuer, 2006) e (c) Valor Econômico Agregado (Tong, Reuer e Peng, 2008), bem como, em todos os métodos testamos como robustez se o controle estatal importa. Observamos em todos os testes que há evidências que o mercado, requer menores retornos esperados às empresas com maior grau de flexibilidade operacional mercadológica, ou seja, para empresas com maior valor das opções reais. Tanto em nossa amostra completa (considerando empresas de todos os setores), como na amostra selecionada (considerando apenas as empresas não bancárias), ao controlar pelos fatores de risco por Fama Macbeth (1973), as 10 empresas com maior grau de diversificação em sua indústria, possuem uma redução do alpha requerido. Conforme esperado por Bernando et al. (2005), o efeito da diversificação reduz o prêmio exigido ou esperado. Ou seja, tais efeitos, decorrem pela maior valoração ao preço pago pelo investidor em empresas mais diversificadas (Bodnar et al, 1997) em sua indústria, correspondendo a um maior VPL acrescido ao valor da opção real. Estrategicamente, competir em múltiplos mercados é um aspecto tanto da forma, como do comportamento da intensidade competitiva, que estão associados a escolhas no âmbito da firma. Estas escolhas, são típicas opções reais (Copeland e Antikarov, 2001) que os acionistas e administradores realizam tanto no planejamento como na dinâmica estratégica e competitiva da empresa. Acreditamos que nossa pesquisa, possa contribuir para o melhor entendimento relativo a redução do prêmio esperado em empresas mercadologicamente diversificadas, bem como, ao ambiente corporativo ao demonstrar a geração de valor pode ocorrer na redução do risco esperado em empresas mais diversificadas dada a presença de opções reais.