Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Denise Zanatta Martini |
Orientador(a): |
Maurício Alves Moreira |
Banca de defesa: |
Antônio Roberto Formaggio,
Luiz Eduardo Oliveira e Cruz de Aragão,
Mateus Batistella |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação do INPE em Sensoriamento Remoto
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
BR
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Resumo em Inglês: |
The global demand for food, fiber and biofuels press agriculture and natural resources as land for agricultural expansion become a scarce resource in many regions around the world. With areas still unexplored or underutilized, Brazil is appoint-out as one of the major sinks for the growing demand of agricultural commodities projected for coming decades. However, from a legal, agronomic and environmental point of view, little is known on the real availability and practicability of agricultural expansion in the country. Thus, this study aimed to locate and quantify potentially available lands for agricultural expansion in the Brazilian Amazon taking into account legally available forests and previously converted lands with suitable production capacity and free of any land use conflict. This survey was undertaken based on the integration and analysis of different driving factors, compiled in GIS (Geographic Information System) and manipulated by Boolean Inference techniques. The results show that 11.7\% (493,103.1 km$^{2}$) of the Brazilian Amazon would be potentially available for agricultural expansion in 2010. This stock is mainly formed by forest (59.4\%), followed by previously converted lands (40.6\%) which together corresponds to 75.9\% of the total cultivated area in Brazil during the evaluated period. However, the effective usage of these areas would have direct political and environmental implications. First, it is expected that effective usage of available forests would detract recent achievements of the Action Plan for Prevention and Control of Deforestation in the Amazon (PPCDAm) that has reduced deforestation in 79\% from historical rates. Moreover, the conversion of these areas could result in a committed emission of 13$\pm$1 Pg CO$_{2}$ to the atmosphere which is equivalent to the total emissions from land cover change registered in Brazil during the 2000-2010 period. Therefore, to minimize environmental impacts, agricultural expansion in the Brazilian Amazon should be restricted to areas already converted. These lands amount up to 200,000 km$^{2}$ and could support agricultural expansion without pressing the advance of deforestation. The area designated for the soy cultivation, particularly, could increase 48\% which would ensure equilibrium between supply and demand projected for the next decade. However, to develop the full potential of these areas still depends on institutional issues such as consistent land use policies that encourage recovery and reintroduction of abandoned or underused lands in the productive sector. Otherwise, the challenge of harmonizing environmental conservation and sustainable development may reveal itself utopian. |
Link de acesso: |
http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m21b/2015/02.13.18.21
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Resumo: |
A demanda global por alimentos, fibras e biocombustíveis vem pressionando a agricultura e os recursos naturais à medida que áreas para expansão agrícola têm se tornado um recurso cada vez mais escasso em várias regiões do globo. Com áreas ainda pouco exploradas ou subutilizadas, o Brasil é apontado como um dos principais sorvedouros da demanda crescente por \emph{commodities} agrícolas projetada para as próximas décadas. Contudo, do ponto de vista legal, agronômico e ambiental, pouco se sabe sobre a real disponibilidade e viabilidade de terras para expansão agrícola no país. Neste sentido, este trabalho teve por objetivo localizar e quantificar áreas potencialmente disponíveis para a expansão agrícola no bioma Amazônia, tomando como base áreas florestais nativas legalmente disponíveis e áreas de vegetação secundária e pastagem degradada com potencial produtivo favorável e livre de qualquer conflito de uso. Este levantamento foi realizado com base na integração e análise de diferentes fatores determinantes, compilados em ambiente SIG (Sistemas de Informação Geográfica) e manipulados a partir de técnicas de Inferência Booleana. Os resultados revelam que 11,7\% (493.103,1 km$^{2}$) do bioma Amazônia estaria potencialmente disponível para expansão agrícola no ano de 2010. Este estoque é formado principalmente por áreas florestais (59,4\%), seguido por áreas previamente convertidas (40,6\%) que juntas correspondem a 75,9\% de toda a área cultivada no Brasil no período avaliado. Contudo, o uso efetivo dessas áreas teria implicações políticas e ambientais diretas. Em primeiro lugar, a conversão de áreas florestais anularia as conquistas do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDam), responsável pela redução de 79\% no desmatamento na região em relação às médias históricas. Além disso, a conversão dessas áreas poderia resultar na emissão de 13 $\pm$ 1 Pg CO$_{2}$ para a atmosfera, que equivale ao total de emissões oriundas da mudança da cobertura da terra registrada no Brasil no período 2000-2010. Portanto, para minimizar impactos ambientais, a expansão agrícola na Amazônia deveria ser restrita a áreas já convertidas. Estas áreas totalizam cerca de 200.000 km$^{2}$ e poderiam suportar a expansão agrícola sem pressionar o avanço do desmatamento. A área destinada ao cultivo da soja, em particular, poderia aumentar em 48\%, o que garantiria o equilibro entre suprimento e demanda projetado para a próxima década. Contudo, o desenvolvimento pleno deste potencial ainda depende de questões institucionais, como o desenvolvimento de políticas de uso da terra consistentes que estimulem a recuperação e reintrodução de terras abandonadas ou subutilizadas no setor agrícola. Caso contrário, o desafio de harmonizar conservação ambiental e desenvolvimento sustentável pode se revelar utópico. |