Relações ecológicas na distribuição de 25 espécies de vertebrados neotropicais em mesoescala

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Michalski, Lincoln José
Orientador(a): Michalski, Fernanda
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11945
http://lattes.cnpq.br/6361166865375186
Resumo: Os vertebrados são um componente vital da biodiversidade da floresta Amazônica. Apesar de serem uma parte importante da funcionalidade de vários serviços do ecossistema (suporte, reserva, cultural) continuam a ser ameaçados por perturbações antrópicas, incluindo caça e perda de habitat em toda a Amazônia. Aqui usamos um arranjo regularmente espaçado e padronizado dentro de uma área de 25 km², para fornecer uma avaliação inicial da diversidade de espécies de vertebrados em uma área protegida de uso sustentável na Amazônia brasileira oriental. Armadilhas fotográficas foram instaladas por 30 dias durante as estações seca e chuvosa, em 30 pontos separados por intervalos de um quilômetro ao longo de um sistema de trilhas pré-estabelecido. O teste de Mann-Whitney U foi usado para avaliar as diferenças sazonais no número de encontros por espécie (número de fotos por armadilha fotográfica e número de câmeras com fotos). Modelos Lineares Generalizados (GLMs) foram então usados para examinar a influência de cinco variáveis (altitude, abertura do dossel, área basal, distância até o rio de grande porte e distância até o rio de pequeno porte mais próximos) sobre o número de fotos por espécie e por grupos funcionais. GLMs também foram usados para examinar as relações entre grandes predadores [Jaguar (Panthera onca) e Puma (Puma concolor)] e as suas presas. Um total de 649 fotos independentes de 25 espécies foi obtido a partir de 1800 armadilhas-dia (900 em cada estação, chuvosa e seca). Somente ungulados e roedores mostraram diferenças sazonais significativas no número de fotos por câmera. O número de fotos variou entre as estações em apenas três espécies (Mazama americana, Dasyprocta leporina e Myoprocta acouchy), as quais foram fotografadas mais (3 a 10 vezes mais) durante a estação chuvosa. M. americana foi a única espécie em que uma diferença significativa foi encontrada em relação a ocupação, com mais fotos em mais câmeras durante a estação chuvosa. Para a maioria dos grupos e espécies, nossos GLMs tiveram pouco poder de explicação na variação no número de fotos por câmera (variando entre 10,3 e 54,4%). Aves terrestres (Crax alector, Psophia crepitans e Tinamus major) e roedores (Cuniculus paca, Dasyprocta leporina e M. acouchy) foram as exceções notáveis para os nossos GLMs, explicando de forma significativa a variação na distribuição de todas as espécies (variando entre 21,0 e 54,5% ). Os GLMs para os grupos e espécies mostraram algumas informações ecológicas interessantes a partir desta "área relativamente intocada". No caso dos grupos não foi encontrada associação entre grandes felinos e suas presas em potencial. Descobrimos também que espécies de roedores e aves foram os mais registrados mais perto de córregos. Como caçadores têm acesso principalmente pelos rios em florestas tropicais, estes dados sugerem que atualmente há pouco impacto antropogênico nestas espécies na área de estudo. Nossos resultados fornecem uma base padronizada para comparação com outras áreas, e com os quais é possível planejar atividades de gestão e extrativismo.