Fauna de Culicoides (Diptera: Ceratopogonidae) do Estado de Rondônia, Brasil
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Entomologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12524 http://lattes.cnpq.br/3622564949159443 |
Resumo: | A família Ceratopogonidae possui quatro gêneros hematófagos: Forcipomyia, Leptoconops, Austroconops e Culicoides. Os Culicoides são insetos com até 3 mm de tamanho, as fêmeas são vetores de helmintos, protozoários e vírus. As principais arboviroses transmitidas são Oropouche, endêmica da bacia amazônica e Vírus da Língua Azul, que acomete bovinos silvestres e domésticos. As coletas de conveniência foram realizadas nos municípios de Alvorada do Oeste, Buritis, Cacoal, Costa Marques, Espigão do Oeste, Guajará-Mirim, Pimenta Bueno e São Francisco Guaporé, no estado de Rondônia, por meio de armadilhas luminosas HP entre 18:00 e 06:00. As coletas sistemáticas foram feitas no município de Porto Velho nos ambientes de floresta e pasto. Foram capturados 2.196 indivíduos, (1.515 fêmeas e 681 machos), distribuídos em 43 espécies e 27 morfótipos. As espécies mais frequentes foram Culicoides insignis (n=1.594; 72,59%), C. foxi (n=76; 3,46%), C. hildebrandoi (n=53; 2,41%), C. leopoldoi (n=44; 2%), C. ocumarensis (n=34; 1,55%), C. pusillus (n=29; 1,32%) e C. glabrior (n=28; 1,28%). Houve 37 novos registros de espécies em Rondônia e três novos registros para o Brasil. Os municípios com maior riqueza foram Porto Velho (56), Cacoal (26) e Costa Marques (14). Os municípios com menor de número de espécies foram Espigão do Oeste (4), Buritis (3) e Alvorada do Oeste (2). As espécies com maior distribuição foram C. foxi e C. leopoldoi. No município de Porto Velho foram capturados 1.773 indivíduos (1.179 fêmeas e 594 machos), sendo coletados 228 espécimens e 51 espécies em floresta, e 1.545 indivíduos e 19 espécies em pasto. As espécies mais abundantes foram C. Insignis (1.472; 83%), C. foxi (45; 2,5%), C. glabrior (25; 1,4%) e C. ocumarensis (23; 1,3%). Floresta apresentou maior riqueza (41) e o pasto apresentou maior abundância (n=1.545). No pasto as espécies mais abundantes foram C. insignis (1.457-94,30%), C. foxi (34-2,20%) e C. ocumarensis (14-0,90%), e em floresta as mais abundantes foram C. glabrior (25-10,96%), C. Insignis (15 6,57%) e C. tetrathyris (15-6,57%). A diversidade de espécies e a homogeneidade foram maiores em área de floresta do que o ambiente pasto. Houve diferença estatística significativa (p=0,02) na composição de espécies por ambiente. Foram realizadas diagnoses de alguns morfótipos de Rondônia. O achado de espécies de Culicoides em Rondônia contribui agora para o total de 46 espécies, representando 36,8% das espécies amazônicas. As espécies C. darlingtonae, C. contubernalis e C. rodriguezi contribuem para a ampliação da distribuição geográfica dessas espécies e o incremento da fauna de espécies amazônicas. A ampla distribuição de C. foxi e C. leopoldoi sugere que essas espécies são ecléticas às opções de ecótopos e fontes de repasto (galinhas, gados e humanos). A alta abundância de C. Insignis indica que o comportamento alimentar sobre os mamíferos pode ser um dos fatores que contribui para o elevado número de indivíduos em armadilhas luminosas, quando colocadas próximas a fontes de repasto. O baixo número de C. paraensis na zona rural sugere que essa espécie é pouco atraída às armadilhas luminosas devido a seu hábito diurno ou ao hábito antropofílico e urbano que essa espécie apresenta. Em Porto Velho, a maior abundância de C. insignis em pasto pode está relacionado ao substrato úmido e enlameado com matéria orgânica em decomposição, que favorece o desenvolvimento de imaturos. A maior diversidade em floresta pode ser explicada pelos corpos d’água, brejos, serrapilheira, cascas de frutas presentes neste ecótopo, que torna propício à proliferação e manutenção de espécies de Culicoides. A diagnose dos principais morfótipos mostra diferenças e semelhanças em relação às espécies já descritas, indicando possíveis espécies novas para o estado de Rondônia. |