Dormência em sementes de pupunha (Bactris gasipaes Kunth): uma abordagem anatômica, histoquímica e fisiológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Nazário, Patrícia
Orientador(a): Ferreira, Sidney Alberto do Nascimento
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/4971
http://lattes.cnpq.br/6076832699112581
Resumo: Bactris gasipaes é uma palmeira importante para as populações da Amazônia devido, principalmente, ao valor nutricional de seus frutos. O presente trabalho está dividido em quatro capítulos e o objetivo geral foi avaliar características anatômicas, histoquímicas e fisiológicas e suas relações com mecanismos de dormência em sementes de Bactris gasipaes. No primeiro, objetivou-se identificar características anatômicas e histoquímicas de sementes de B. gasipaes associadas ao processo de dormência e germinação. O tegumento é fino e em duas camadas, a externa mais espessa, com células onde se verifica a presença de feixes vasculares e a interna menos espessa, com células de formato irregular e repletas de compostos fenólicos. O endosperma ocupa a maior parte da semente e é esbranquiçado, com células nos formatos oblongo oboval e oval, com conteúdo lipídico. O embrião é pequeno em relação ao tamanho da semente, cônico, indiviso e vascularizado na porção distal. Na região proximal, em corte longitudinal, aparece a plúmula, com três primórdios foliares. No segundo capítulo, objetivou-se quantificar compostos fenólicos em sementes de B. gasipaes de frutos em dois estádios de maturação, correlacionandoos com a emergência de plântulas e verificar o efeito da aplicação do extrato destas sementes sob a germinação de sementes de Lactuca sativa. A emergência, índice de velocidade de emergência, tempo médio de emergência, coeficiente de uniformidade de emergência, índice de sincronização, velocidade média de emergência, valor de emergência e coeficiente de velocidade de emergência não variaram significativamente entre sementes obtidas de frutos imaturos e maduros. Entretanto, as variações dessas mesmas variáveis foram maiores entre sementes de diferentes plantas. Sementes maduras de pupunha apresentam maior concentração de compostos fenólicos que as imaturas e o acúmulo desses compostos é um dos fatores responsáveis pela redução da germinação em sementes de pupunha. O extrato fenólico das sementes desta espécie foi capaz de diminuir e retardar a germinação e emergência de sementes de alface e essa emergência apresentou correlação significativa com a emergência de plântulas de pupunha. O teor de água de sementes de frutos imaturos foi estatisticamente superior ao de sementes de frutos maduros (50,4 e 46,7%, respectivamente). No terceiro capítulo, objetivou-se avaliar a composição lipídica e o ponto de fusão dos lipídios de sementes de B. gasipaes, bem como correlacioná-los com variáveis relacionadas à emergência de plântulas a partir de sementes provenientes de frutos imaturos e maduros. O ponto de fusão dos lipídios não diferiu estatisticamente entre sementes de frutos imaturos (22,54 ºC) e maduros (22,70 ºC), porém teve alta correlação com as variáveis relacionadas à emergência de plântulas. Os teores de ácido oleico e linoleico foram maiores em sementes de frutos maduros (26,89 e 30,66 μg.g-1, respectivam ente) em relação às de frutos imaturos (22,01 e 24,79 μg.g-1, respectivamente). A concentração de ácido oleico teve correlação negativa com o tempo médio de emergência (TME). No quarto capítulo, objetivou-se investigar a presença de dormência embrionária em sementes de pupunha. A maioria das variáveis relacionadas à emergência de plântulas a partir de sementes, em viveiro, e à germinação de embriões, em meio de cultura, variou significativamente entre plantas e procedências. Em geral, estas se relacionaram positivamente, ou seja, quanto maior a germinação, maior a emergência. As características estruturais indicaram que o embrião encontra-se diferenciado no momento da dispersão. A presença de compostos fenólicos e de terpenóides no tegumento pode ser um dos fatores que inibem a germinação de sementes de pupunha. A emergência de plântulas não diferiu entre sementes de frutos imaturos e maduros. Sementes de frutos maduros apresentam maior concentração de compostos fenólicos que sementes de frutos imaturos e o acúmulo de compostos fenólicos é capaz de inibir a germinação em sementes de pupunha. A concentração de lipídios foi maior em sementes de frutos imaturos e sementes de frutos maduros apresentaram maiores concentrações dos ácidos oleico e linoleico. A maior concentração de ácido oleico resultou um menor tempo médio de emergência de plântulas. Quanto maior o ponto de fusão dos lipídios, maior a emergência e o índice de velocidade de emergência. Evidenciou-se que a dormência de sementes de pupunha pode ser atribuida, em parte, à dormência embrionária.