Dieta frugívora e potencial de dispersão de sementes de Tapirus terrestris (Mammalia, Perissodactyla) em um mosaico de floresta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Barcelos, Adriana Renata Camila Winsniewski
Orientador(a): Sanaiotti, Tânia Margarete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11951
Resumo: Embora existam vários estudos sobre a dieta da anta (Tapirus terrestris) e sobre a sua importância na dispersão das sementes em regiões de floresta tropical, as informações disponíveis a este respeito em áreas de vegetação aberta ainda são escassas. Estudamos os componentes frugívoros da dieta das antas e seu potencial como dispersoras de sementes por meio da identificação das espécies vegetais que germinaram em suas amostras fecais, para a região do Parque Nacional do Viruá, sul do estado de Roraima, na Amazônia brasileira. A região é coberta por um mosaico de formações de campinarana em diferentes estágios sucessionais e por diferentes tipos de floresta ombrófila. Um total de 111 amostras fecais de T. terrestris foi coletado em quatro fitofisionomias distintas: campinarana, floresta ombrófila, floresta de igapó e buritizal. As amostras fecais foram colocadas em bandejas individuais e mantidas por 16 meses em casa de vegetação, para germinação das sementes viáveis. Foram encontradas sementes germinando e plântulas estabelecidas em 94 amostras fecais (84,7%). Os diferentes morfotipos de plântulas foram identificados em nível de espécie, gênero ou família e classificados quanto ao tipo de fruto, hábito da planta e provável modo de ingestão (intencional ou acidental) por T. terrestris. Um total de 77 espécies de plantas foi encontrado nas amostras fecais, das quais 75 foram identificados através de suas plântulas e duas por suas sementes e/ou vestígios de frutos característicos. Das espécies que germinaram, pelo menos 48 são novos registros para dieta da anta. Melastomataceae foi a família com maior número de morfotipos germinando nas amostras fecais (n = 19). As espécies mais frequentes foram Tococa spp., Bellucia grossularioides, Couma utilis e Aciotis indecora. 37,7% das espécies eram herbáceas (ciperáceas, gramíneas, eriocauláceas e acantáceas) cujas sementes foram ingeridas acidentalmente durante o pastoreio. O elevado número de espécies que sobreviveram à mastigação e à passagem pelo trato digestório combinado com o deslocamento a longas distâncias e entre fitofisionomias distintas, indicam que as antas provavelmente cumprem um importante papel ecológico na estruturação da vegetação na região do Viruá.