Influência das características físico-químicas e disponibilidade dos frutos na ecologia dos primatas em uma floresta no norte da Amazônia
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12210 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4777638J6 |
Resumo: | A flutuação dos recursos limita organismos de diferentes grupos de plantas e animais. Embora bem estudada entre os frugívoros de pequeno porte em ambientes temperados, como aves e roedores, a relação entre a flutuação e qualidade dos frutos e seus efeitos na ecologia dos grandes frugívoros tropicais, em florestas sazonais ainda não são bem conhecidos. A exuberância e alta diversidade das florestas tropicais podem criar uma falsa impressão de fartura contínua de alimentos, mas como ocorre em outros ambientes, estas florestas também atravessam períodos relativamente longos de escassez, impondo limitações aos frugívoros. Neste estudo, os efeitos da escassez de frutos na ecologia dos primatas foram avaliados na Estação Ecológica de Maracá (ESEC Maracá), uma floresta altamente sazonal no norte da Amazônia, com especial atenção para a ecologia alimentar de um primata ameaçado, Ateles belzebuth. Levantamentos da abundância dos primatas, frutos e frugivoria foram realizados concomitantemente através do método de transecção linear. Amostras dos frutos foram coletadas para avaliação morfológica e nutricional. Adicionalmente um estudo detalhado da ecologia alimentar de um grupo de A. belzebuth foi realizado. A abundância dos frutos, especialmente da família Sapotaceae, influenciou positivamente a distribuição dos primatas que se concentraram em locais com grande abundância de frutos, mas apenas durante o período de escassez. A concentração de lipídio e cinzas determinou se um fruto seria ou não consumido por esta espécie durante a seca. Embora estes nutrientes tenham influenciado a escolha dos frutos, a comparação do perfil nutricional dos frutos consumidos e disponíveis indicou que os nutrientes são consumidos de acordo com sua disponibilidade local. Os resultados de um experimento natural com quatro espécies de frutos consumidos por um grande número de frugívoros na área de estudo, incluindo A. belzebuth, mostraram que secas severas parecem não afetar a quantidade de polpa produzida por estes frutos. Finalmente, o registro confiável da riqueza de mamíferos frugívoros em Maracá necessitou de um esforço amostral maior do que o proposto previamente em outras florestas da Amazônia, devido ao grande número de espécies pouco abundantes encontradas nesta assembleia. Embora, limitados pela escassez dos recursos alimentares durante longos períodos na ESEC Maracá, os frugívoros parecem adotar estratégias de maximização de energia e minimização de tempo para contornar estes períodos críticos. Eles investem seu esforço de forrageamento em locais com grande oferta de frutos daquelas espécies abundantes, e consomem frutos com alto retorno energético oportunisticamente. |