Aspectos bioquímicos do colostro e do leite de peixe-boi da Amazônia Trichechus inunguis (Natterer, 1883)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Barbosa, Paula de Sousa
Orientador(a): SILVA, Vera Maria Ferreira da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11494
http://lattes.cnpq.br/8715851756450271
Resumo: O peixe-boi da Amazônia é um mamífero aquático que possui a placenta do tipo zonária e endotéliocorial. Essa conformação placentária bloqueia parcialmente a passagem de anticorpos aumentando a necessidade de ingestão imediata do colostro pelos filhotes. Neste contexto, conhecer as propriedades da composição bioquímica do colostro deste mamífero aquático é muito importante para a compreensão da fisiologia da espécie e para que sejam orientadas medidas de manejo para garantir a saúde dos T.inunguis em cativeiro nas primeiras fases do desenvolvimento. O objetivo deste estudo foi caracterizar as proteínas e a composição em aminoácidos no colostro do peixe-boi da Amazônia Trichechus inunguis mantido em cativeiro. Foram coletadas, duas amostras de colostro de uma fêmea cativa no Centro de Preservação e Pesquisa de Mamíferos Aquáticos, Balbina-AM, em dois dias consecutivos, correspondendo as primeiras 24 e 48 horas após o parto. Os aminoácidos proteicos e livres do colostro “in natura” foram analisados por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência por troca iônica. As proteínas foram determinadas por meio de SDS PAGE seguida por análise MALDI-TOF-MS. Os aminoácidos mais abundantes no colostro nas primeiras 24 horas foram: ácido glutâmico (20,4%) e prolina (13,7%). Os aminoácidos disponíveis em menor quantidade foram: arginina (0,9%), glicina (1,1%). O ácido aspártico e a serina foram os aminoácidos que sofreram os maiores decréscimos em suas concentrações totais entre as amostras de 24 e 48 horas (redução de 6,4% e 0.9% respectivamente) após o parto. Os aminoácidos livres mais abundantes no colostro foram o ácido aspártico (18%) e a prolina (15%). Foram identificadas quatro proteínas majoritárias no colostro (soroalbumina bovina, Apolipoproteina. E, proteína dedo de zinco e a proteína DREBRIN) e um polipeptídio rico em prolina e serina. O colostro para esta espécie não parece estar relacionado com a função específica de transmitir imunidade, mas de atuar como um promotor do desenvolvimento imunológico do filhote fornecendo subsídios necessários capazes de garantir a síntese da própria imunidade do neonato. Além disso, as proteínas identificadas neste trabalho sugerem preparar o recém-nascido para metabolizar leite maduro, rico em lipídeos e fornecendo subsídios para o desenvolvimento neurológico do recém-nascido.