Indicadores de qualidade de solo para avaliação da restauração florestal: Estudo de caso uhe Balbina – AM

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Viana, Raiane de Melo
Orientador(a): Ferraz, João Baptista Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5102
http://lattes.cnpq.br/9971071593750902
Resumo: A restauração florestal é uma necessidade urgente, dada a celeridade que processos de degradação avançam sobre as florestas tropicais. Porém, muitos esforços e recursos são investidos na recuperação dessas áreas sem que hajam metodologias apropriadas para uma avaliação posterior dessas atividades e o monitoramento das áreas em processo de restauração. A certeza da necessidade da avaliação e monitoramento tornou-se consenso entre os envolvidos nessa atividade, uma vez que os custos da restauração são muito elevados para se correr o risco do insucesso. A maioria dos monitoramentos se baseia apenas na análise de dados de vegetação, porém, é importante utilizar outros parâmetros. Devido à influência recíproca entre solo e vegetação, foi proposta a seleção de indicadores de qualidade do solo, que permitam a avaliação e o monitoramento de projetos de restauração florestal, de forma eficiente, prática e de baixo custo. Com isso, o objetivo deste trabalho foi selecionar bons indicadores, principalmente edáficos, para avaliação de projetos de restauração florestal, e ainda avaliar os plantios de restauração florestal instalados em áreas de empréstimo no entorno da Usina Hidrelétrica de Balbina (Presidente Figueiredo – AM). Foram selecionadas quatro áreas de amostragem: uma área degradada (AC), dois reflorestamentos mistos (RF1, RF2) e uma área de floresta nativa (AR). Por não haver réplicas de cada condição, o presente trabalho é um estudo de caso. Em cada uma dessas áreas foram alocadas oito parcelas de 5 m x 2 m, onde foi realizado o levantamento da regeneração natural dos indivíduos arbóreos e arbustivos com HT > 30 cm e DAP < 5 cm, e da macrofauna do solo pelo método “pitfall” e monólito do solo. Nestas mesmas parcelas foram medidas a cobertura de dossel, a taxa de infiltração da água do solo e a resistência do solo à penetração de raízes e foram coletadas amostras de solo para determinação da densidade do solo, umidade, textura, acidez e fertilidade dos solos (Al, Ca, Mg, K, MOS, N, P, Fe e Zn) nas profundidades de 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm. Os parâmetros físico-químicos do solo e a cobertura de dossel foram contrapostos a um gradiente categórico de restauração por meio de ANOVA e teste de Tukey a 5%. Para contrapor os gradientes contínuos de regeneração natural e macrofauna, foram feitas regressões simples dos atributos físico-químicos e cobertura de dossel com dados de riqueza desses dois grupos biológicos. Os plantios avaliados evoluíram estruturalmente, mostrando que a restauração das áreas degradadas foi uma decisão acertada, pois a área degradada (AC) não melhorou suas propriedades por ter sido abandonada. O RF2 se encontra em estágio mais avançado que o RF1, estando em condição mais próxima à área AR. O RF1, por estar mais próximo a AC, necessita de maior assistência silvicultural. Os parâmetros que seguiram o gradiente categórico foram densidade do solo, resistência à penetração, taxa de infiltração básica, potássio, matéria orgânica do solo, nitrogênio e cobertura do dossel, e os que responderam aos gradientes de regeneração natural e macrofauna do solo foram densidade do solo, matéria orgânica do solo, cobertura de dossel, teores de potássio e CTC efetiva, sendo que resistência à penetração e pH em água apresentaram uma fraca relação. De acordo com o presente estudo, os melhores parâmetros para avaliar o sucesso de projetos de restauração florestal no entorno da UHE Balbina são: densidade do solo, matéria orgânica do solo e cobertura de dossel. A metodologia adotada se mostrou eficiente para avaliação de projetos de restauração florestal, porém, precisa ser testada em outros locais, idealmente com maior número de réplicas, para ser validada.