Distribuição, ecofisiologia e capacidade adaptativa do gênero Montrichardia H. Crueg na Bacia Amazônica
Ano de defesa: | 2014 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
|
Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12258 http://lattes.cnpq.br/2684265635838712 |
Resumo: | Nas áreas alagáveis amazônicas, ainda relativamente integras, a vegetação encontra-se adaptada ao regime regular de inundação, o qual determina a distribuição de espécies de plantas. Além do efeito dos níveis da água, as mudanças ambientais, em decorrência do aumento da temperatura e dos níveis de dióxido de carbono, podem ter efeitos marcantes sobre a flora e a fauna nestas áreas. A oscilação do nível das águas torna estas áreas frágeis, por isso, as mudanças ambientais são preocupantes, sendo necessário estimar a capacidade adaptativa e a resiliência do sistema. Para isso, é fundamental encontrar marcadores biológicos sensíveis e adequados que permitam desenvolver e propor estratégias de conservação. O objetivo deste estudo foi fornecer um conjunto de informações sobre as características adaptativas morfológicas e fisiológicas de macrófitas aquáticas com diferentes amplitudes de distribuição, visando entender como as modificações ambientais interferem sobre esse grupo de plantas de fundamental importância para a biota aquática. Foram coletados dados morfológicos, fisiológicos e moleculares de 55 populações de Montrichardia spp. distribuídas na Bacia Amazônica; e dados de distribuição provenientes de herbários, com o intuído de compreender a ecologia das espécies em escala regional (Amazônia) e macro-escala (Neotropical). Para simular o efeito das mudanças climáticas sobre Montrichardia arborescens foi realizado um experimento em microcosmo com duração de cinco meses. Neste experimento foi avaliando a germinação e crescimento inicial das plântulas com a elevação da temperatura (+1,5 a +4,5ºC que o controle) e CO2 (+200 a +800 ppm que o controle). Os diversos parâmetros ambientais e caracteres biológicos aferidos demostraram a clara separação das espécies M. linifera e M. arborescens. Entretanto, a análise genética feita para as espécies não permitiu determinar a exata relação entre a variedade M. arborescens var. aculeata e as outras duas espécies. O alto índice de diferenciação genética (RST) entre as espécies M. linifera e M. arborescens, aliado à interpretação da rede de haplótipos, permitiu confirmar a separação destas duas espécies, o que se mostrou compatível com a separação morfológica propiciada pela análise do número de nervuras apicais secundárias. Os fatores hidroquímicos influenciaram a distribuição das espécies de Montrichardia em escala regional (Amazônia). Enquanto M. linifera ocorre principalmente em rios de água branca (várzeas), M. arborescens ocorre em rios de água preta (igapós) e riachos de terra-firme. Em uma macro-escala (Neotropical), a precipitação e a temperatura foram os fatores que mais influenciaram a distribuição das espécies. A simulação da elevação de temperatura e CO2 nos microcosmos permitiu inferir os efeitos das mudanças climáticas sobre M. arborescens. Esta espécie apresentou uma menor acumulação de biomassa e menor taxa de transporte de elétrons quanto exposta a níveis extremos de temperatura e CO2. Concluímos que as espécies do gênero Montrichardia apresentam diferenças adaptativas morfológicas, fisiológicas e genéticas relacionadas aos parâmetros ambientais intervenientes em cada um dos locais amostrados (várzea e igapó), e que a elevação de temperatura e CO2 influenciam a morfologia e fisiologia de M. arborescens. |