Distribuição e diversidade de Wolbachia (Rickettsiales, Rickettsiaceae) em mosquitos (Diptera, Culicidae) no Estado do Amazonas e o efeito do tratamento com tetraciclina em populações de Aedes albopictus Skuse, 1894 mantidas em laboratório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Passos, Ricardo Augusto dos
Orientador(a): Tadei, Wanderli Pedro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Entomologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12318
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4771851T4
Resumo: O principal objetivo foi determinar a ocorrência da infecção por Wolbachia em diversos taxa de mosquitos coletados no Estado do Amazonas, e analisar o efeito do tratamento com tetraciclina nas características de vida de Aedes albopictus em condições de laboratório. Os mosquitos foram coletados nos municípios de Manaus, Rio Preto da Eva, São Gabriel da Cachoeira, Presidente Figueiredo e nas áreas de monitoramento do Projeto PIATAM, Gasoduto Coari-Manaus, Gasoduto Juruá-Urucu e BR 319. As coletas foram realizadas utilizando-se armadilhas luminosas tipo CDC e, coletas de larvas em ambiente urbano. A análise dos mosquitos infectados por Wolbachia foi realizada por meio da técnica molecular de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) e as amostras positivas foram sequenciadas para confirmação da infecção pela bactéria e identificação dos subgrupos. Foi analisado um total de 1.056 indivíduos representando 39 espécies e 11 gêneros de culicídeos. Do total de indivíduos analisados, 25,18% foram positivos para a infecção por Wolbachia. Considerando o total de espécies examinadas, 61,5% foram positivas para Wolbachia, sendo que 22 destas espécies não foram descritas anteriormente infectadas pela bactéria e este é o primeiro registro destas espécies infectadas por Wolbachia no Brasil. Este também é o primeiro registro de espécies de Anopheles infectadas por Wolbachia. A positividade média de infecção foi de 30,4%, com uma variação entre as espécies de 1,2% a 100%. Entre as espécies, A. albopictus e C. quinquefasciatus foram as que apresentaram as maiores frequências dentre as infectadas, com 79,1% e 64,6%, respectivamente. A classificação de Wolbachia dentro dos maiores grupos A e B mostraram que 19 das 24 espécies positivas foram infectados somente com bactérias do grupo A, seis espécies com bactérias do grupo B e uma com ambos os grupos A e B, representada pela espécie A. albopictus. Analisando o efeito do tratamento com tetraciclina em A. albopictus verificou-se uma redução na frequência de fêmeas ovipositoras. As fêmeas tratadas com antibiótico produziram menos ovos do que não tratadas. Verificou-se um percentual baixo de taxa de eclosão das larvas. A mortalidade das larvas foi maior entre as fêmeas não tratadas. O tempo de desenvolvimento até pupa foi similar em todas as comparações entre os cruzamentos, sendo ligeiramente maior no cruzamento entre fêmeas e machos tratados. A proporção de fêmeas e machos sobreviventes foi muito semelhante em todos os cruzamentos realizados. Os dados indicam a ocorrência de incompatibilidade citoplasmática na população de A. albopictus de Manaus.