Influência de atributos físicos e hídricos do solo na dinâmica do carbono orgânico sob diferentes coberturas vegetais na Amazônia central
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12211 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4799808U8 |
Resumo: | Neste estudo, foram realizadas coletas sucessivas de amostras de solos e solução do solo, juntamente com medidas das quantidades de água no solo, durante 4 anos, avaliando o carbono (C) e os nutrientes contidos no solo e na água do solo. As áreas de estudo, representando diferentes coberturas vegetais, foram: a) Floresta Primária (com parcelas em três posições topográficas distintas: platô, vertente e baixio); b) Pastagem antiga e ativa; c) Sucessão secundária; e d) Sistema Agroflorestal (SAF) com 14-17 anos de idade. Um total de 500 amostras de solo e solução do solo foram coletadas até 2,0 m de profundidade para analise de carbono e nutrientes. As amostras de solo foram coletadas em trincheiras abertas até 2,0 m de profundidade, sendo uma em cada ambiente estudado e em cada posição topográfica da Floresta Primária). Adicionalmente, foram realizadas tradagens em torno das trincheiras abertas em cada etapa da coleta, para avaliar o grau de heterogeneidade do solo. Fracionou-se o carbono orgânico do solo (COS) nas amostras das camadas de 0-5 cm, 5-10 cm, 10-20 cm, 20-40 cm, 40-60 cm, 60-80 cm, 80-100 cm, 100-160 cm, e 160-200 cm. Quantificou-se o potencial de emissao de carbono do solo em cada ecossistema estudado, comparando-se as diferencas entres os ambientes.Testes de infiltração e permeabilidade foram efetuados na camada superficial do solo, observando sua interação com o carbono orgânico dissolvido (COD). Os atributos do solo como textura, densidade do solo, estabilidade de agregados e macroporosidade, inteferem no fluxo do carbono no solo, favorecendo aumentos nos estoques e na qualidade do COS, caso não sejam alterados. Houve uma variação espacial e temporal no COD entre as profundidades amostradas, decrescendo em profundidade e influenciado diretamente pela variação topográfica e pelos atributos físicos do solo. Os eventos de precipitação, e as taxas de infiltração e permeabilidade do solo podem induzir um movimento rápido da água através dos macroporos, superando o contato de solutos orgânicos e inorgânicos com a matriz do solo, reduzindo assim a retenção sortiva. Os resultados obtidos demonstram maiores concentrações de COD na seguinte seqüência: Sistema Agroflorestal (SAF) > Capoeira > Floresta > Pastagem, demonstrando a capacidade do SAF e Capoeira em recuperar e/ou disponibilizar o carbono na solução do solo. Na superficie dos quatro ambientes estudados, em torno de 60% do carbono presente está associado as frações mais lábeis do solo, enquanto que em profundidade 70% do carbono está retido nas frações pesadas. A média de perdas de carbono total na fração lábil na área de pastagem quando comparado com a floresta, capoeira e SAF foi de 38,82 Mgha-1 de C 39,54 Mgha-1 de C e 36,18 Mgha-1 de C, respectivamente; inferindo-se que conversão de floresta para o estabelecimento de SAF ou capoeira libera menos carbono para a atmosfera. Em caso de alteração em área de Floresta Primária, o solo do platô, encosta e baixio emitiram para a atmosfera, nas diferentes frações, em torno de 112,71 Mgha-1 de C (FLL-fração leve livre), 2,60 Mgha-1 de C (FLI-fração leve intra-agregada), 28,34 Mgha-1 de C (areia), 56,17 Mgha-1 de C (argila) e 40,61 Mgha-1 de C (Silte), potencializando 240,43 Mgha-1 de C. Os altos estoques totais de C, especialmente em camadas pouco profundas nos baixios de florestas, reforçam a precaução atual em reduzir as explorações de áreas de floresta tropicais nativas. A exposição desse carbono em função do desmatamento destas áreas, aliado ao efeito das mudanças climáticas, pode induzir perdas significativas desse carbono estocado no solo para a atmosfera. |