Morfoanatomia, perfil químico e atividade alelopática de três espécies de Copaifera L. (Leguminosae Caesalpinioideae) nativas da Amazônia
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Botânica
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12818 http://lattes.cnpq.br/8003316810277307 |
Resumo: | Espécies pertencentes à Copaifera L. (Leguminosae) são amplamente utilizadas na região amazônica, sendo o seu óleo um importante medicamento natural. Apesar da grande importância destas espécies, são escassos trabalhos morfoanatômicos no gênero, principalmente a respeito de suas estruturas reprodutivas. Em particular, a distinção entre as espécies de copaíba que ocorrem na região amazônica ainda carece de estudos mais detalhados. Desta forma, este estudo teve por objetivo caracterizar os aspectos morfológicos de frutos, plântulas e plantas jovens de Copaifera martii Hayne, C. duckei Dwyer e C. reticulata Ducke. Também visou o estudo da morfoanatomia bem como a caracterização da ocorrência e distribuição espacial dos metabólitos nas sementes, nos eofilos e metafilos destas espécies. Visou, especialmente, melhor esclarecer a distinção taxonômica entre C. duckei e C. reticulata, as duas espécies mais semelhantes do gênero que ocorrem na Amazônia. Por fim, objetivou também avaliar os potenciais efeitos alelopáticos do óleo essencial das folhas e dos ramos das três espécies. Observou-se que os frutos são do tipo legume, não diferindo entre as espécies. A superfície do tegumento das sementes, observada em microscopia eletrônica de varredura, mostrou-se predominante punctada em C. duckei e C. martii e microrreticulada em C. reticulata. A linha lúcida ocorre no terço inferior da exotesta em C. martii enquanto que em C. duckei e em C. reticulata esta ocorre na região mediana da exotesta. Os cotilédones são recobertos por uma cutícula delgada e levemente estriada em C. duckei, e estriada em C. reticulata e em C. martii. A parede periclinal externa da epiderme é levemente convexa e apresenta depressões em C. duckei, sendo convexa em C. martii e em C. reticulata. O eixo embrionário de C. duckei apresenta pequeno diâmetro em relação ao seu comprimento, enquanto que os de C. reticulata e os de C. martii são proporcionais. C. duckei e C. martii apresentam plúmula rudimentar, havendo, nas respectivas espécies, um e dois relevos na região apical do eixo embrionário. Já em C. reticulata a plúmula é um pouco diferenciada, pois além do relevo no ápice do eixo embrionário há reentrância apical diferenciada, com os folíolos em estagio inicial de desenvolvimento. Na semente madura das três espécies, compostos fenólicos e alcalóides provavelmente são as principais substâncias de defesa constantes no tegumento e na epiderme dos cotilédones, enquanto que lipídeos e proteínas constituem as principais reservas presentes na epiderme e no parênquima dos cotilédones. A principal diferença encontrada entre as plantas jovens destas espécies foi à presença de estípulas foliáceas bem desenvolvidas em C. reticulata, ausentes em C. duckei e semelhantes a da plântula em C. martii também foliáceas, porém bem menos conspícuas. Em C. martii a filotaxia é alterna enquanto nas duas outras espécies é oposta. Nos limbos foliolares foram observados diversos metabólitos, como amido, substâncias lipofílicas e pécticas, idioblastos mucilaginosos, fenólicos e cristalíferos. Eofilos e metafilos são anatomicamente semelhantes. Todas as espécies apresentaram cavidades secretoras e glândulas. Os resultados da atividade alelopática dos óleos essenciais procedentes de folhas e ramos das espécies de Copaifera testadas (doadoras) não revelaram diferença estatística significativa nas espécies receptoras (Mimosa pudica L. e Senna obtusifolia (L.) H.S. Irwin e Barneby). Porém os óleos essenciais das folhas apresentaram maior potencial médio para inibir o desenvolvimento da raiz (45%) e do hipocótilo (74%) destas espécies. Adicionalmente, os constituintes majoritários apresentaram concentrações mais elevadas nas folhas do que nos ramos, o que justifica as diferenças observadas com relação à intensidade dos efeitos alelopáticos. Dos constituintes identificados, apenas o candineno e o linalol já foram anteriormente relacionados à atividade alelopática, sendo, neste trabalho, proposta a atividade alopática de outros compostos. Os resultados permitiram a melhor caracterização dos aspectos morfoanatômicos, histoquímicos das sementes e frutos destas três espécies de Copaifera, bem como de aspectos morfológicos de plântulas e plantas jovens, contribuindo para o esclarecimento da distinção entre os táxons, sobretudo entre C. duckei e C. reticulata. |