Ecologia e extrativismo de plantas utilizadas como fixadoras de corantes no artesanato Baniwa, alto rio Negro, Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Leoni, Juliana Menegassi
Orientador(a): Costa, Flávia Regina Capellotto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12062
http://lattes.cnpq.br/0801226626382646
Resumo: Neste trabalho descrevi modos de uso e a estrutura populacional das espécies Inga spp., Miconia dispar e Miconia minutiflora em cronosseqüências de capoeiras Baniwa. A estrecasca destas árvores é utilizada para dar brilho e fixar corantes naturais nos talos de Arumã (Ischnosiphon spp.) utilizados no artesanato Baniwa. Comparei padrões de demanda e disponibilidade do recurso entrecasca em comunidades Baniwa, grupo que está envolvido em projeto de comercialização de sua arte tradicional desde o ano de 1998. Assim, o objetivo maior desta pesquisa foi produzir informações sobre a sustentabilidade da exploração destas espécies fornecedoras de fixadores de tintas. Amostrei 38 transectos em capoeiras com idades que variaram entre 5 a 60 anos em 3 comunidades distribuídas ao longo da bacia do rio Içana, Território Indígena do Alto Rio Negro. Eu caracterizei a idade do local através de entrevistas com os Baniwa, a estrutura das populações das espécies ao longo dos transectos e quantifiquei a disponibilidade e o consumo atual de entrecasca pelos artesãos nas comunidades Baniwa estudadas. Também observei evidências de extração e manejo. As densidades de M. minutiflora, M. dispar e Inga spp. tenderam a declinar com o avanço da idade das capoeiras e populações mostraram diferenças em suas distribuições e estrutura nos diferentes sítios amostrados. O consumo atual de entrecasca nas 2 comunidades estudadas foi extremamente baixo quando comparado com os estoques disponíveis. A não ser que as taxas de exploração aumentem substancialmente, não existe a necessidade imediata de iniciar um programa de monitoramento para estas espécies. Entretanto, diferenças na distribuição das espécies de plantas fixadoras ao longo do território Baniwa e as diferentes densidades humanas e produtividade dos artesãos de cada comunidade determinam a necessidade de adequar eventuais medidas de manejo para as realidades encontradas em cada comunidade Baniwa.