Relações espaciais e ambientais da biodiversidade em florestas tropicais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Landeiro, Victor Lemes
Orientador(a): Magnusson, William Ernest
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12249
http://lattes.cnpq.br/9787714069071448
Resumo: Este trabalho teve como objetivo avaliar questões referentes à ecologia espacial e como as análises espaciais podem ajudar os ecólogos a entender os padrões de distribuição de espécies. Inicialmente fizemos uma revisão da literatura mais atual sobre ecologia espacial e tentamos explicar alguns conceitos básicos através de simulação de dados para ilustrar diversas possibilidades com que os ecólogos podem se deparar. Em uma segunda etapa nós avaliamos a importância de definir bem as variáveis espaciais para serem incluídas em modelos ecológicos, avaliando a diferença entre análises usando uma matriz de distância que define rotas de dispersão pelo curso d´água e rotas de dispersão em linha reta, sobre a terra. Uma das técnicas mais recentes e utilizadas da ecologia espacial, os autovetores espaciais, podem ser tão flexíveis na geração de padrões espaciais que não importa qual matriz de distâncias é utilizada que os mesmos padrões serão gerados. Usando dados de peixes, de insetos aquáticos (Trichoptera) e dados simulados nós mostramos que a técnica de autovetores não é tão flexível como esperado. Portanto, a definição correta da matriz de distâncias é muito importante para que uma análise adequada seja feita. Em um próximo passo nós avaliamos duas abordagens para analisar dados ecológicos. Uma delas, usando dados brutos e a outra usando matrizes de distância. Uma discussão recente sobre o uso dessas duas abordagens se instalou na ecologia, porém ainda não há um consenso sobre quando usar cada uma delas. Assim, nós usamos e comparamos as duas abordagens para analisar dados de distribuição de Trichoptera em 89 riachos da Amazônia central, distribuídos em 3 regiões distintas (Reserva Ducke, áreas do PDBFF e no município de Presidente Figueiredo). Nós avaliamos o efeito da extensão espacial e da heterogeneidade ambiental nas análises da distribuição das espécies de Trichoptera. Os fatores ambientais foram os mais relacionados com a distribuição de Trichoptera em todas as escalas analisadas. Analisamos a distribuição de anuros em 72 parcelas amostrais da Reseva Ducke e observamos que o padrão de distribuição das espécies é muito relacionado ao tipo de reprodução das espécies. Espécies de anuros com reprodução aquática são mais bem explicadas por padrões ambientais enquanto as espécies com reprodução terrestre são mais explicadas por padrões espaciais. Desta forma, anuros com reprodução aquática são mais indicados para estudos de monitoramento biológico e avaliação de efeitos de alterações ambientais do que o uso de anuros com reprodução terrestre ou que o uso de ambos. Por fim, nós avaliamos a concordância nos padrões de distribuição de 22 grupos taxonômicos (15 de plantas e 7 de animais) amostrados da Reserva Ducke. Avaliamos também se é possível reduzir a resolução taxonômica de espécies para gêneros e a resolução numérica, de abundância para dados de presença e ausência sem a perda de informações importantes. Observamos que o uso de dados de presença e ausência e que identificações em nível de gênero são suficientes para analisar o padrão de distribuição dos grupos analisados. Houve grande concordância no padrão de distribuição das espécies de plantas, enquanto os grupos de animais foram pouco concordantes. Os fatores ambientais foram os mais relacionados à alta concordância entre os grupos, mostrando que o ambiente é o principal responsável pela distribuição das plantas na Reserva Ducke. Embora alguns grupos tenham apresentado forte padrão espacial não houve relação entre a concordância entre os grupos e os fatores espaciais. Os grupos mais concordantes, e possíveis candidatos a grupos substitutos, foram lianas da família Bignoniaceae, ervas, samambaias e árvores das famílias Lecythidaceae e Fabaceae.