Fitoquímica e ecologia da interação de três espécies (planta, lepidoptera e primata) em uma floresta de igapó, Amazonas, Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Negreiros, Allana Ataide
Orientador(a): Barnett, Adrian Paul Ashton
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12032
http://lattes.cnpq.br/6382866325987272
Resumo: Buchenavia ochroprumna, Combretaceae, também conhecida popularmente como Tanimbuca, é uma das quatro espécies de igapó mais comuns no Parque Nacional do Jaú. Sendo uma espécie decídua, durante sua renovação foliar anual que se inicia ao final do período da cheia e início da vazante dos rios da bacia do Rion Negro, suas folhas são amplamente ingeridas tanto por lagartas da família Nymphalidae quanto por macacos uacaris das costas douradas, Cacajao oucakary, Pitheciidae. Porém, os uacaris demonstram forte seleção (índice Ivlev + 0,84) por folhas de indivíduos de B. ochroprumna que não estão sendo predados por lagartas e extrema rejeição (índice de Ivlev – 0,64) por plantas com lagartas. Uma vez que muitos estudos demonstraram mudanças na qualidade foliar em plantas após ataques de herbívoros, o presente estudo propôs investigar se a infestação por lagartas induziu mudanças químicas nas folhas de B. ochroprumna que pudessem explicar a seletividade pelos primatas C. ouakary. Para a investigação e comparação de compostos fenólicos entre indivíduos, nós coletamos folhas de B. ochroprumna não-infestadas como controle e folhas infestadas como tratamento. Para a investigação de variação individual de compostos fenólicos como forma de averiguar os efeitos da herbivoria por lagartas no local do dano e por toda a planta, foram coletados galhos de plantas infestadas por lagartas em diferentes situações: (i) com lagartas presentes e (ii) sem lagartas presentes. Os resultados obtidos não mostraram valores significativos de p na quantidade de compostos fenólicos em plantas infestadas e não infestadas nem variação entre folhas de indivíduos infestados relacionada à herbivoria. Devido a isso, possíveis razões para a falta de efeito da herbivoria na quantidade de compostos fenólicos foram discutidas, incluindo a possível falta de tempo necessário para a planta responder ao ataque inicial por insetos herbívoros, outros compostos sendo responsáveis pela defesa química da espécie B. ochroprumna, a rejeição do macaco estar direcionada as lagartas propriamente ditas e principalmente, sugerimos que a quantidade de compostos fenólicos presente nas plantas estudadas pode estar sendo direcionada ao papel de defesa contra estresse abiótico e não aos herbívoros.