Áreas protegidas como ferramenta de contenção do desmatamento: um estudo de caso da Terra do Meio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silva, Charlyngton da Silva e
Orientador(a): Graça, Paulo Maurício Lima de Alencastro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Gestão de Áreas Protegidas da Amazônia - GAP
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12873
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4212403Y9
Resumo: As áreas protegidas são ferramentas importantíssimas para a contenção do desmatamento e para a conservação da biodiversidade. No sudoeste do Pará, o Mosaico de Áreas Protegidas da Terra do Meio foi criado com o propósito de combater a grilagem de terra, as atividades ilegais da exploração de madeira e do garimpo de ouro, atividades que impulsionaram o desmatamento na região. Este estudo teve como objetivo analisar o efeito da criação de áreas protegidas sobre o desmatamento no mosaico de unidades de conservação da Terra do Meio, a partir de uma análise temporal do desmatamento para o período de 2000 a 2011, fazendo uma comparação do desmatamento anterior e posterior à criação das unidades de conservação. Além disso, realizou-se a análise da vulnerabilidade das áreas protegidas a partir da relação entre o desmatamento do interior e do entorno dessas áreas e a utilização do método de pesos de evidência. A análise temporal do desmatamento e a relação entre o desmatamento do interior e do entorno das áreas protegidas, foram desenvolvidos em uma plataforma de Sistema de Informação Geográfica (SIG), utilizando o software ARCGIS 10.1. Para a análise de Pesos de evidência foi utilizado o software Dinâmica EGO. Os resultados encontrados demonstraram que as áreas protegidas foram efetivas em conter o desmatamento. A média anual de desmatamento no Mosaico da Terra do Meio foi reduzida de 551 km² para 297,84 km² após a criação das unidades de proteção, representando uma redução de 54% da taxa anual. A análise da vulnerabilidade das áreas protegidas pela análise de pesos de evidência demonstrou que as áreas previamente desmatadas exercem influência na ocorrência de novos desmatamentos até uma distância de 4.220 metros. As estradas, também exercem forte influência sobre a ocorrência de desmatamento no Mosaico da Terra do Meio, apresentando pesos de evidência positivos até uma faixa de distância de 5.400 metros da estrada. Os resultados do peso de evidência demonstram ainda que as áreas protegidas são de fato inibidoras do desmatamento. Dentre as 10 áreas analisadas, oito apresentaram valores negativos, sendo que para o PARNA da Serra do Pardo essa influência foi considerada quase nula (valor de 0,06), não repele e nem atrai o desmatamento, assim como, a Terra Indígena Cachoeira Seca (valor de -0,01) demonstrou também neutralidade em relação à ocorrência de desmatamento. A maioria das áreas protegidas apresentou um maior desmatamento na zona de amortecimento, porém três apresentaram desmatamento maior no seu interior do que no entorno, sendo a APA Triunfo do Xingu, apresentando um alto grau de degradação, a RESEX Rio Iriri e a FLOTA Iriri que, apesar do desmatamento interno ser maior que o externo, apresentam bom estado de conservação. Pode-se concluir que a criação das áreas protegidas teve uma importante influência na redução das taxas de desmatamento na Terra do Meio. Não obstante, as áreas de entorno do mosaico de proteção seguiram a mesma tendência de queda das taxas de desmatamento para o período de 2000 a 2011. Isso sugere que, além do fator da criação de áreas protegidas, a queda da taxa na Terra do Meio pode ter sido influenciada pelas ações de fiscalização executadas pelo Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia Legal (PPCDAM), que atuou também na região de entorno.