Impactos das mudanças na cobertura vegetal e uso da terra na reciclagem de precipitção na bacia Amazônica: um estudo de modelagem numérica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silveira, Luiz Gustavo Teixeira da
Orientador(a): Correia, Dr. Francis Wagner Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Clima e Ambiente - CLIAMB
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12610
http://lattes.cnpq.br/9434550410553864
Resumo: O modelo regional ETA do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE) foi utilizado a fim de avaliar os impactos decorrentes das mudanças na cobertura vegetal e uso da terra (desflorestamento) nos componentes do balanço de água e Reciclagem de Precipitação na Amazônia. De forma geral, a distribuição espacial e sazonal dos componentes do balanço de água e reciclagem de precipitação sobre o continente foi bem representada pelo modelo regional ETA nas estações úmida e seca. Entretanto, o modelo subestimou a precipitação em grande parte do país na estação úmida, principalmente nas porções central-leste da Amazonia e Nordeste do Brasil, e superestimou no extremo noroeste do continente e sobre a Cordilheira dos Andes. Em relação aos impactos decorrentes das mudanças nos usos da terra na Amazônia na temperatura do ar, nos componentes de balanço de água e na reciclagem de precipitação, não se observou mudança significativa para o desflorestamento do ano base de 2010. Entretanto, as mudanças mais siginificativas ocorreram nos cenários de desflorestamento de 2050 e 2100. Na média, a temperatura do ar apresentou aumento de 1,5 o C, 3,0 o C e 4,5 o C para os cenários 2010, 2050 e 2100. A precipitação sofreu reduções de até 13% para o cenário 2050 e de 35% em 2100. A evapotranspiração e a convergência de umidade tiveram impactos de -13,3% e +7% respectivamente, para o cenário 2050, e ainda de -36,7% e +14% para o cenário 2100, respectivamente. Em ambos os casos predominou-se o mecanismo de retroalimentação negativo no qual, a redução relativa na evapotranspiração na média foi maior que a redução na precipitação (aumento na convergência de umidade), o que representa um melhor cenário se comparado com mecanismo positivo, pois o mecanismo de retroalimentação negativo tem o papel de restaurar a degradação gerada na cobertura vegetal se a degradação antropogênica for eliminada. Com relação à reciclagem de precipitação, observaram-se reduções de 9% e 29%, respectivamente, para os cenários 2050 e 2100. Na estação úmida a reciclagem foi reduzida de 7,8% e 22%, respectivamente; e na estação seca as reduções foram de 12% e 33% para os mesmos cenários, mostrando que os maiores impactos na reciclagem de precipitação ocorreram na estação seca da bacia. A intensa redução na reciclagem de precipitação na estação seca é um resultado preocupante, pois as mudanças na taxa de precipitação produzida localmente podem estar associadas a um período seco mais longo.