Propagação dos Fluxos de Sedimentos em suspensão do Rio Amazonas- Trecho Tamshiyacu (Peru) até Óbidos(Brasil)-Variabilidade Espacial e Temporal
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Clima e Ambiente - CLIAMB
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12967 http://lattes.cnpq.br/4352761886147088 |
Resumo: | Na bacia Amazônica, os fluxos de sedimentos em suspensão têm um papel importante na biodiversidade aquática e na riqueza das zonas inundadas, pois, os nutrientes e matéria orgânica que estão aderidos aos sedimentos são depositados nestas zonas. Os sedimen- tos influenciam na geomorfologia do curso do rio Amazonas ao serem depositados em zonas de menor velocidade, criando novas ilhas. O fluxo sedimentar tem a capacidade de influir na movimentação dos meandros e em certos casos até no desligamento destes, formando assim novos lagos. Estas mudanças e riquezas, têm influência direita nas po- pulações que moram na Amazônia. A bacia Amazônica é considerada como uma das principais fontes de sedimentos para o Oceano Atlântico em termos mundiais, porém, os Andes e as zonas sub-Andinas produzem aproximadamente o 90% desses sedimentos para a bacia Amazônica. Entender o a distribuição espacial e temporal dos fluxos sedimentários é o objetivo deste estudo, no qual foram escolhidas quatro estações de monitoramento de água e sedimento ao longo do rio Amazonas, desde o Peru até o Brasil. Para cumprir com este objetivo, foram feitas coletas superficiais a cada 10 dias em cada estação e amostragens distribuídos na seção em diferentes épocas do ano. Perfis de turbidez e amostragem para granulometria ao longo da seção também formaram parte do monitoramento. Na zona Andina, os fluxos de sedimentos em suspensão têm uma relação direita com os fluxos de água, no entanto, está relação se transforma em uma histereses ao se aproximar da planície, tornando-se bem marcada em Óbidos, localizada a 870 km antes da desembocadura. Atribui-se este resultado à contribuição de fluxos de água de tributários pobres em sedimentos provenientes principalmente dos Escudos Brasileiro e Guianês. Tanto na planície peruana quanto na planície brasileira, em aproximadamente uma longitude de 3000 km, observa-se que a concentração de sedimentos em suspensão está composta de dois tipos de granulometrias bem definidos: sedimentos finos (10-20 μm) e sedimentos grosseiros de tipo areias (100-250 μm). A porcentagem de cada tipo de sedimentos presente no curso principal está em função do regime hidrológico. Picos de concentração de sedimentos finos são presenciados nas épocas de máximas chuvas (Dezembro a Março) e picos de areias em época de cheia (Maio a Julho). Nas estações Andinas e sub-Andinas, a turbulência junto com as baixas profundi- dades permitem a ascensão de sedimentos grosseiros à superfície. Consequentemente,observa-se uma relação direita entre concentração de sedimentos em suspensão na su- perfície com a concentração de sedimentos média da seção, o que permite o cálculo de fluxos sedimentários, sendo que, a bacia peruana contribui com 540 Mt ano −1 . Na planície brasileira o contexto muda, onde as profundidades atingem de 40 á 100 m, tornando quase nula a presencia de areias na superfície. Está é, por tanto, a maior incerteza ao utilizar a relação da concentração de superfície com a média da secção. Analisando a estação de Óbidos constatou-se que existe uma relação direita entre a concentração de sedimentos da superfície e a concentração média de sedimentos finos da seção. Observou-se também que, a concentração média de sedimentos grosseiros da seção têm relação direita com a vazão. Esta diferenciação dos tipos de sedimentos per- mite o cálculo de fluxos do rio Amazonas, concluindo que 1100 Mt ano −1 de sedimentos são transportados para el Oceano Atlântico na estação de Óbidos, sendo que 60% cor- responde ao fluxo de sedimentos finos e 40% ao fluxo de areias. Observou-se que os sedimentos são sensíveis à variabilidade climática, em geral eventos El Niño estão rela- cionados com maiores quantidades de sedimentos finos e eventos La Niña incrementam a porcentagem de sedimentos grosseiros no rio Amazonas. Utilizou-se a turbidez para obter dados de concentração por ser uma medida de alta frequência, na qual, foram feitas curvas de calibração em função do diâmetro da partícula. Observou-se que o sinal de turbidez é uma adição do sinal emitido pelas partículas presentes em uma amostra, com esta premissa utilizou-se o modelo de Rouse para separar o sinal de concentração obtido pela turbidez dos tipos de sedimentos pre- sentes no rio Amazonas, partículas finas e areias. Deste modo conseguiu-se perfis de concentração para sedimentos finos e perfis de concentração para as areias. Observa-se que na época de enchente os perfis de concentração tem um gradiente bem marcado para os sedimentos finos, no entanto, em épocas de cheia o gradiente é governado pelas areias e os perfis de finos são verticais e constantes em toda a seção. Estes resultados indicam que, pode-se predizer perfis de concentração com base na turbidez em rios da Amazônia. |