Evolução, gradientes ambientais e nicho trófico larval como determinantes para padrões de diversidade de borboletas frugívoras na Amazônia
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Entomologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12363 http://lattes.cnpq.br/6124309297123272 |
Resumo: | A ocupação espacial dos organismos nos ecossistemas terrestres é resultado de processos e eventos evolutivos e ecológicos. Essa distribuição reflete a adaptação de espécies, por mediação de suas características intrínsecas, às exigências fisiológicas internas e às dinâmicas biológicas e filtros do meio circundante. Para estudar esses padrões, a ecologia de comunidades tem passado a analisar o componente funcional efilogenético da biodiversidade, ao invés da tradicional abordagem com base nos nomes binomiais de espécies. Tal abordagem complementar é particularmente importante quando investigam-se ambientes e organismos diversos, como borboletas na Amazônia. Na presente tese, investigamos (1) a influência da evolução da morfologia associada ao voo na distribuição vertical e no dimorfismo sexual de borboletas frugívoras, (2) a variação espacial de padrões de diversidade taxonômica, funcional e filogenética em um mosaico de florestas na Amazônia setentrional e (3) o papel do nicho ecológico larval na ocorrência espacial de adultos ao longo de gradientes locais e regionais da Amazônia brasileira. As borboletas foram coletadas com armadilhas e iscas atrativas em sete localidades de três estados brasileiros. Para o primeiro capítulo, foram utilizados modelos de mínimo de quadrados generalizados filogenéticos, enquanto que nos demais dois capítulos foram conduzidas análises de regressão (II) e modelos lineares de efeitos mistos (III). No primeiro capítulo, verificamos que a variação na morfologia de voo de borboletas pode ser explicada pela estratificação vertical, e que tal relação é mais forte em fêmeas. Há, ainda, acentuado dimorfismo sexual quanto à capacidade de voo, especialmente entre espécies do sub-bosque. No segundo capítulo, evidenciamos que florestas de areia com muita luminosidade abrigam alta abundância, porém baixa riqueza de espécies, as quais tendem a ser maiores, terem maior capacidade de voo e larvas mais generalistas. Em florestas ombrófilas, por sua vez, a especialização larval é maior, possivelmente devido à maior quantidade de nichos ecológicos disponíveis. No terceiro capítulo, vimos que o nicho larval é determinante para a distribuição espacial de borboletas adultas, porém não atua como mediador na influência da vegetação, posição geográfica (latitude e longitude) e biogeografia sobre a diversidade taxonômica e filogenética da comunidade. Dessa forma, é possível concluir que a heterogeneidade da Amazônia desde microhábitats à paisagens regionais é determinante para a manutenção dos padrões de diversidade de borboletas. Na escala de microhábitat, a retirada da estratificação vertical implicará na perda de espécies xi associadas a estratos particulares. Na escala local, as fisionomias da floresta de areia abrigam comunidades taxonomicamente e funcionalmente distintas, logo sendo imprescindíveis para a biodiversidade desse grupo de insetos. À nível regional, vimos que os padrões de diversidade podem ser determinados por eventos de dispersão, colonização histórica e biogeografia. Essas três escalas interagem entre si econfiguram a distribuição espacial tal como vemos atualmente. Esperamos que os resultados apresentados aqui sirvam como base para o estabelecimento de planos de manejo de áreas, bem como para a seleção de paisagens alvo para conservação. |