Ontogenia do padrão vocal Individual do peixe-boi da Amazônia Trichechus inunguis (Sirenia, Trichechidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Dantas, Giovanna Alves
Orientador(a): Silva, Vera Maria Ferreira da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11393
http://lattes.cnpq.br/2742103639270493
Resumo: Existem evidências de que o peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis) fornece a seus co-específicos informações acerca de sua identidade por meio da comunicação sonora. Evidências da existência de assinatura vocal, bem como de reconhecimento individual já foram documentados na espécie. No entanto, existem poucas informações sobre o comportamento vocal da espécie e sobre o desenvolvimento do seu padrão vocal individual. Trinta e oito indivíduos vivendo em cativeiro no INPA tiveram suas vocalizações gravadas em um período de onze anos. As taxas de vocalização desses animais foram analisadas e comparadas entre classes etárias e sexos. Três fêmeas que se reproduziram em cativeiro também tiveram suas vocalizações comparadas em duas fases distintas: lactação e não-lactação. Fêmeas em lactação e filhotes apresentam as taxas de vocalização mais elevadas que os demais, sugerindo que a coesão entre mãe e filhote seria a principal função da comunicação sonora no peixe-boi da Amazônia. Para verificar se o padrão vocal individual tenderia a reduzir sua variabilidade ao longo do tempo, vinte e três indivíduos tiveram suas vocalizações analisadas. Para isso, os espectrogramas das vocalizações emitidas, por indivíduo, a cada dia de gravação foram submetidos a uma correlação cruzada. Os índices de similaridade resultantes dessa correlação foram plotados, em relação ao tempo, para cada indivíduo. Não houve tendência clara ao aumento ou à redução dos índices de similaridade com o passar do tempo. Variações intra-individuais também foram analisadas em alguns parâmetros acústicos. Dentre eles, apenas a freqüência de maior intensidade na fundamental variou significativamente, aumentando seu valor para os cinco indivíduos acompanhados na mudança de classe etária (de filhotes para juvenis). Quando parâmetros acústicos foram comparados entre as classes etárias e entre os sexos, diferenças significativas não foram encontradas entre a variação da freqüência fundamental, nem na freqüência fundamental de maior intensidade. Somente a duração do sinal mostrou variação significativa entre classes etárias, mais especificamente entre filhotes e adultos, sendo mais elevada nestes últimos. Não houve diferença significativa na duração do sinal entre filhotes e juvenis nem entre juvenis e adultos. Um filhote nascido em cativeiro teve suas vocalizações gravadas a partir do nascimento. Em um estudo de caso, observou-se o aumento da similaridade entre as vocalizações do filhote e as vocalizações maternas ao longo do tempo, sugerindo aprendizado vocal na espécie.