Partição de recursos em assembleias de primatas neotropicais: uma comparação entre dois tipos vegetacionais da amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Brum, Marlos Daniel Cid
Orientador(a): Spironello, Wilson Roberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11876
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4712881U2
Resumo: A coexistência das espécies é determinada, em parte, pela forma como os re-cursos são particionados entre elas. A diferenciação entre espécies simpátricas se dá pela utilização de porções diferentes de determinadas dimensões do nicho, o que pode ocorrer de diversas maneiras. Acredita-se que os primatas se diferenciem, principalmente, pelo padrão diário de atividades, pelo uso do es-paço, pela estratificação vertical e por características da dieta. O grande número de espécies de primatas simpátricos na Amazônia deveria levar a partição do nicho em mais de uma dimensão. Para compreender os mecanismos de co-existência entre os primatas neotropicais comparamos a estrutura das assembleias de duas áreas com a mesma composição de espécies de primatas e com produtividades diferentes. Até agora, nenhum estudo havia feito tal com-paração. Não encontramos uma partição entre as espécies de primatas na utilização do habitat, no padrão de atividade diária e na estratificação vertical. To-das as espécies utilizaram os horários de forma similar. Houve uma organização da assembleia da REBIO Uatumã em função dos estratos verticais. Apesar disso, há grande sobreposição na utilização dos estratos intermediários, o que torna este um mecanismo ineficaz na separação do nicho das espécies. Apesar de não termos detectado diferenças estruturais no habitat, houve diferenças de produtividade entre os ambientes e as fisionomias, mas apenas durante a estação chuvosa. Registramos uma preferência dos primatas pelos habitats mais produtivos durante a estação chuvosa que não ocorreu durante a estação seca. Assim, o habitat é utilizado em função de sua produtividade, não contribuindo para a diferenciação do nicho das espécies. Nossos resultados sugerem que não há partição dos principais eixos do nicho dos primatas neotropicais. A diferenciação da dieta durante a estação seca pode ser o principal mecanismo de partição de recursos entre os primatas neotropicais, uma vez que durante a estação chuvosa recursos alimentares não seriam limitantes. Esta hipótese ainda precisa ser testada.