Produção da água de fumaça e seu efeito sobre a germinação de sementes de espécies florestais da Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Arruda, Yêda Maria Boaventura Corrêa
Orientador(a): Ferraz, Isolde Dorothea Kossmann
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/4965
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4791320U6
Resumo: A água de fumaça, extrato produzido pela dissolução da fumaça oriunda da combustão de produtos vegetais, vem sendo amplamente estudada por sua ação estimuladora na germinação e no crescimento de espécies silvestres e cultiváveis. Por ser uma pesquisa exploratória com espécies florestais Amazônicas, este estudo teve por objetivos: identificar matérias-primas de fácil aquisição na Amazônia para a produção da água de fumaça e avaliar seu efeito sobre a germinação de espécies florestais com diferentes características ecofisiológicas e de interesse econômico. Foram testadas dez matérias-primas para a produção da água de fumaça, oriundas de folhas, madeiras e resíduos florestais, além do papel de germinação. A eficácia das águas foi avaliada em bio-ensaios com sementes de tomate em diferentes diluições. Seis matérias-primas apresentaram ação positiva, principalmente, nos eventos pós-germinativos (comprimento da raiz e índice de vigor das plântulas). O efeito estimulador foi mais expressivo nas diluições 1:25, 1:50 e 1:100. Para o estudo das espécies florestais, foram selecionadas águas de fumaça produzidas com madeira de imbaúba (Cecropia palmata Willd.) e com papel de germinação. Considerando a taxa e o tempo médio de germinação, as espécies Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl., Bellucia grossularioides (L.) Triana, Enterolobium shomburgkii Benth., Cordia goeldiana Hub., Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don. e Ochroma pyramidale (Cav. ex Lam.) Urb. foram estimuladas pela água de fumaça; Cariniana micrantha Ducke, Tabebuia serratifolia (G. Don) Nichols. e Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foram indiferentes; e Swietenia macrophylla King foi inibida. A água de fumaça aumentou a velocidade do processo em espécies com germinação prolongada (B. excelsa e B. grossularioides) e aumentou significativamente a germinação em lotes com baixo vigor (C. goeldiana, O. pyramidale e J. copaia). Um estudo mais detalhado foi realizado com J. copaia, espécie com dificuldades de propagação devido ao fotoblastismo positivo e a curta longevidade das sementes. A água de fumaça não foi capaz de eliminar a necessidade por luz e temperatura constante (25 °C) para a germinação das sementes, mas foi eficiente na redução do tempo de germinação das sementes de 31 para 22 dias. Mantendo as sementes embebidas com água de fumaça por 70 dias no escuro, houve um aumento na velocidade germinativa, tanto para as sementes embebidas a 25 °C quanto para o termo-período de 10 °C (20-30 °C). O trabalho vislumbra a aplicação da água de fumaça no setor florestal, por ser um produto acessível economicamente para os produtores.