Influência de variáveis hidro-climáticas na ocorrência de diarreias em menores de 5 anos na Amazônia Ocidental.
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Clima e Ambiente - CLIAMB
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12962 http://lattes.cnpq.br/0999998204817157 |
Resumo: | Doenças diarreicas matam, em média, meio milhão de crianças anualmente em todo o mundo. A associação entre variáveis climáticas e a ocorrência de diarreias, com ou sem a ocorrência de fenômenos tipo El Niño Oscilação-Sul é bem documentada em diferentes regiões do globo. No Brasil, particularmente na região amazônica, onde se tem uma alta incidência de diarreias, poucos são os estudos encontrados na literatura. Nesse contexto, buscou-se avaliar a influência de variáveis hidro-climáticas como temperatura, precipitação e cota do rio, na incidência de doenças diarreicas infantis na Amazônia Ocidental. Primeiramente, foi analisada a influência das variáveis precipitação e cota para os casos leves de diarreia em crianças, nas cidades do vale do rio Acre. Para essa região, que compreende 11 municípios do estado do Acre, constatou-se que em média, a variabilidade da precipitação e cota de rio explicam pelo menos 20% da variação da série de incidência da doença, sendo a precipitação o fator principal em um maior número de cidades, em comparação com a cota. Para as cidades de Rio Branco (AC), Lábrea e Manaus (AM), e Boa Vista (RR), buscou-se analisar as relações com a série de internações infantis por doenças diarreicas. Temperatura máxima média mensal apresenta baixa variabilidade, enquanto que precipitação e cota apresentam forte sazonalidade. Diferente das características associadas às variáveis climáticas, uma característica notável nessas séries de internações é a ausência da sazonalidade. Por outro lado, estas apresentam uma forte componente de tendência ao longo do tempo, que podem estar associada às melhorias na cobertura da atenção básica e/ou melhorias socioeconômicas da população ao longo dos anos. A incidência de internações, proporcional a população estudada, decresce na sequência: Lábrea, Rio Branco, Boa Vista e Manaus. Ajustou-se um Modelo Generalizado Aditivo com Efeitos Mistos (GAMM) aos dados de cota e precipitação (com defasagem de um mês), temperatura máxima, um termo que simula o efeito da tendência ao longo do tempo e uma variável categórica para identificar a origem da internação. Cota, precipitação e temperatura máxima apresentaram relação não linear com a série de internações. Para estas variáveis, encontrou-se como fatores de risco a temperatura máxima em torno de 37 – 39º C, precipitação acumulada mensal em torno de 100 mm, cota média mensal acima de 4.200 cm, aproximadamente. Cota e precipitação defasadas em um mês não apresentam forte relação com a série de internações, o que sugere que registros dessas variáveis no mês de internação são melhores indicadores, especialmente cota e temperatura. Ao longo dos anos, observou-se forte tendência de queda no número de internações, tendo início no final do ano de 2006, observado em todas as cidades, exceto Boa Vista. Analisando a ocorrência de internações entre as cidades, o modelo considera que o risco entre Boa Vista e Rio Branco não é significativamente distinto, enquanto o risco aumenta em Lábrea e Manaus, sendo ambos significativamente maiores que a cidade de referência (Boa Vista). Os resultados aqui encontrados somam-se aos estudos anteriores nessa temática na região da Amazônia Ocidental e contribui para melhorar o entendimento sobre as relações entre as variáveis hidroclimáticas e as doenças diarreicas infantis na região, com possibilidade de indicar limiares que possam ser utilizados para o planejamento de ações preventivas nas respectivas cidades, uma vez que sejam validados pelos órgãos competentes locais. |