umbis buscam a luz? Camponotus atriceps infectadas por Ophiocordyceps camponoti-atricipis morrem em locais mais iluminados na Amazônia Central Brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Andriolli, Fernando Sarti
Orientador(a): Baccaro, Fabricio Beggiato
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12031
http://lattes.cnpq.br/5662801747637073
Resumo: Parasitas especializados podem modificar o comportamento de seus hospedeiros para aumentar as chances de se reproduzir. Esse comportamento é considerado um exemplo do fenótipo estendido do parasita. Neste trabalho, nós estudamos a relação entre o fungo Ophiocordyceps camponoti-atricips, um parasita especializado, e as formigas carpinteiras Camponotus atriceps. Uma vez infectadas por O. camponoti-atricipis, as formigas morrem em locais onde a temperatura e umidade são mais estáveis. Esses locais aumentam o sucesso reprodutivo do parasita. Entretanto, a luz é responsável por controlar a reprodução de diversas espécies de fungos de vida livre, e pode ter um papel importante na fase terminal da infecção de fungos parasitas. Neste trabalho, nós avaliamos o efeito da luminosidade na seleção dos locais de morte de C. atriceps infectadas. Em 10 cemitérios (locais próximos as trilhas de forrageio de C. atriceps onde são encontradas muitas formigas mortas infectadas), a luminosidade foi reduzida através de telas de sombreamento de 80% em metade da área das parcelas. Nós identificamos os cadáveres de C. atriceps com fitas de marcação coloridas durante 6 meses de trabalho de campo. As formigas infectadas que morreram após o estabelecimento das parcelas foram monitoradas nesse período. O número de cadáveres que produziram corpos de frutificação, a altura em relação ao nível do solo e a orientação das formigas parasitadas foram mensurados. As áreas sombreadas receberam 53 formigas, representando 32,7 % do total, em comparação à área controle adjacente, onde foram encontradas 109 formigas mortas. Além disso, nas áreas sombreadas apenas 15 cadáveres produziram ascomas ou corpos de frutificação. Já nas áreas controle 41 cadáveres desenvolveram os ascomas. As C. atriceps infectadas também morreram em locais mais altos nas áreas sombreadas (140 cm) em relação às áreas controle (110 cm). Nossos resultados sugerem que a luz pode atuar no local da morte das formigas C. atriceps parasitadas e por consequência desempenhar um papel importante no ciclo reprodutivo do fungo O. camponoti-atricipis.