Diversidade beta, métodos de amostragem e influência de fatores ambientais sobre uma comunidade de lagartos na Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Pinto, Maria Goretti de Melo
Orientador(a): Magnusson, William Ernest
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12228
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4795566E8
Resumo: Este estudo avaliou a distribuição de uma comunidade de lagartos ao longo de quatro gradientes ambientais (densidade de árvores, profundidade da liteira, porcentagem de argila no solo e inclinação do terreno); avaliou o efeito de duas microbacias hidrográficas sobre a composição, riqueza e abundância das espécies; testou a utilização de curvas de rarefação e de estimadores de riqueza para prever o número de espécies; avaliou a relação custo/benefício de dois métodos de amostragem de lagartos e avaliou a resposta individual das cinco espécies mais abundantes (mais detectadas) da comunidade, a quatro variáveis ambientais. O trabalho foi realizado entre 2003 e 2005 na Reserva Florestal Adolpho Ducke, periferia da cidade de Manaus, Amazonas, e faz parte de uma estratégia de levantamento sistemático e integrado de variáveis bióticas e abióticas no bioma Amazônia, o RAPELD. A vegetação da área é caracterizada por floresta primária de terra-firme. Os lagartos foram amostrados em 72 parcelas, através da amostragem visual aliada à busca na liteira, em três levantamentos, e com armadilhas pitfall em 32 parcelas, por 21 dias. A composição da comunidade de lagartos foi representada através de eixos de ordenações por HMDS. Foram registradas 26 espécies de lagartos durante o trabalho. A comunidade apresentou baixa diversidade beta, sendo que a maioria das espécies esteve amplamente distribuída pela reserva. Somente as espécies Neusticurus bicarinatus, Alopoglossus angulatus, Pseudogonatodes guianensis, Tupinambis teguixin e Uranoscodon supersiliosus foram associadas a áreas mais baixas (baixios). A densidade de árvores foi a variável ambiental mais relacionada à composição da comunidade e à abundância de lagartos, tendo efeito negativo sobre ambos. A porcentagem de argila no solo (ou altitude) afetou negativamente o número de espécies, sendo que os baixios foram identificados como mais ricos. Dentre as cinco espécies mais abundantes da comunidade, quatro também foram influenciadas principalmente pela densidade de árvores, negativa ou positivamente, dependendo da espécie. No entanto, a resposta aos gradientes ambientais foi fraca. A micro-bacia de drenagem afetou apenas a abundância de lagartos, sendo que a bacia oeste apresentou maior abundância. As assíntotas das curvas de acúmulo de espécies esperadas e os estimadores de riqueza não conseguiram prever o número de espécies semelhante nas duas micro-bacias e foram considerados métodos inadequados. O método de amostragem visual aliado à busca na liteira apresentou melhor relação custo-benefício, comparado ao método de armadilhas pitfall, sendo sugerido sua utilização prioritária nos levantamentos rápidos, que visem comparações entre habitats e identificação de padrões de distribuição em comunidades de lagartos, em florestas na Amazônia.