Associações interespecíficas em aves florestais de terra firme: uma análise quantitativa com comparação de técnicas de observação direta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Arellano, Gilberto Josimar Fernández
Orientador(a): Cohn-Haft, Mario
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12020
Resumo: As aves participam de diferentes tipos de grupo mono e heteroespecíficos nas distintas regiões geográficas. Grupos heteroespecíficas são agrupamentos de indivíduos de pelo menos duas ou mais espécies que dependem da presença de recursos externos (agregações) ou pela interação recíproca dos membros (bandos mistos). As aves seguidoras de formiga de correição (Eciton burchelli) são um exemplo de agregação por recursos (formigas). Já os bandos mistos são um exemplo de grupo cuja formação e coesão depende da presença de outra ave. O estudo destes dois tipos de grupo, no entanto, enfrenta alguns vieses de amostragem. A procura direcionada de espécies focais que determinam a priori a presença do bando e das espécies participantes é o principal viés a considerar. Portanto, no presente estudo fizemos uso das redes de neblina, gravadores autônomos de som, processos de randomização (modelos nulos) e grafos de redes de interação como uma nova aproximação para coletar, analisar e apresentar dados de grau de associação entre espécies. Um grupo de 44 espécies foram combinadas para construir todos os possíveis pares de espécies que logo foram avaliadas através de sua comparação com modelos nulos. Desta forma, 23 das 44 espécies focais foram mais frequentemente associadas, ou seja, formaram pares de espécies com índices de associação mais extremos do que o esperado ao acaso. Além disso, 18 das 23 espécies estiveram mais associadas em bandos mistos, enquanto que outras duas espécies seguem formigas de correição. Treze das 18 espécies são indicadas como membros constantes de bandos mistos, enquanto que só um par (Gymnopithys rufigula, Pithys albifrons) foi indicado como seguidores profissionais de formigas. Finalmente, 8 das 13 espécies foram diferentemente detectadas utilizando ambas as técnicas, ou seja, não houve correlação entre os índices de associação destes pares. O padrão de associação dos pares de espécies, no entanto, poderia também ser atribuído aos efeitos da amostragem. No presente estudo, portanto, sugerimos a presença de algum processo ecológico gerador dos padrões de associação (coocorrência) entre as espécies. Palavras-chave: bandos mistos, seguidores de formiga, gravadores autônomos de som, redes de neblina, frequência de co-detecção.