Estoque de carbono no solo em área de blowdown na floresta tropical úmida da Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Santos, Leandro Tavares dos
Orientador(a): Higuchi, Niro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5140
http://lattes.cnpq.br/5220349120584906
Resumo: Desde a Revolução Industrial a concentração de dióxido de carbono na atmosfera aumentou cerca de quarenta por cento. Este aumento pode ocasionar respostas indiretas no sistema climático da Terra. Na bacia amazônica, tempestades convectivas provocam a mortalidade de milhares de árvores e formam enormes clareiras na floresta. No ano de 2005, uma tempestade atingiu mais da metade da Amazônia brasileira (± 150 milhões de hectares) matando milhares de árvores. Este estudo avaliou os efeitos da grande deposição de biomassa disponibilizada repentinamente sobre o solo. Foram quantificadas as concentrações de carbono orgânico (COS), estoque de carbono (ECS), nitrogênio (N) e a relação C/N nos solos de uma floresta de terra-firme na Amazônia Central atingida pela tempestade convectiva de 2005. Avaliaram-se também as diferenças entre os microsítios formados pelos distúrbios (serapilheira, galhos e tronco). Dezesseis parcelas foram amostradas ao longo de um gradiente de perturbação, previamente definido a partir da intensidade de mortalidade de árvores com DAP ≥ 10 cm. Para coleta de amostras de solos, seis perfís foram sistematicamente coletados a cada cinco metros ao longo das parcelas em três profundidades (0-10, 10-20 e 20-30 cm). Para as amostras de densidade foram coletados entre um a dois perfis por parcela. Cada perfil foi classificado de acordo com os resíduos na superfície do solo. No geral, o teor de COS, ECS e N foram maiores em solos argilosos e menores em solos arenosos. Os maiores valores de COS, ECS e N foram encontrados na parte superficial do solo (0-10 cm), diminuindo com a profundidade. O teor de carbono orgânico (p<0,0001), os estoques de carbono (p=0,0047) e nitrogênio (p<0,0001) foram maiores em florestas perturbadas do que em florestas não perturbadas. Solos localizados em resíduos grossos (tronco e galhada), no geral apresentaram maiores valores de COS, ECS e N do que serapilheira. Os valores de estoque de carbono no solo (ECS) apresentaram correlação positiva com as intensidades de perturbação (taxa de mortalidade) e com o teor de argila no solo. Este padrão minimiza os efeitos negativos destes eventos, porém não diminui a importância dos efeitos que estes fenômenos podem ter em escala regional e podem afetar processos tanto ecológicos como ecossistêmicos na floresta.