Anéis de crescimento e radiocarbono nas análises de incremento e variações celulares em árvores exploradas de florestas em segundo ciclo de corte no sul da Amazônia
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ciências de Florestas Tropicais - CFT
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/4986 http://lattes.cnpq.br/0710461808576270 |
Resumo: | Muitas florestas no sul da Amazônia estão entrando em um segundo ciclo de corte (CC), o que traz preocupações quanto à sustentabilidade dessas florestas. Os critérios atuais do manejo florestal podem não ser adequados principalmente a essas florestas e ocasionar uma super ou sub exploração dos recursos madeireiros. Aliado a isso, não se sabe se o impacto do manejo na floresta poderia desencadear variações radiais na anatomia do lenho das árvores e influenciar a qualidade da madeira extraída nessas florestas. Neste estudo, as análises envolvidas foram concentradas em duas espécies: Qualea paraensis Duke e Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walp. As amostras para todas as análises provieram de discos dos troncos das árvores coletados de forma destrutiva, em uma floresta tropical úmida de terra firme manejada no sul da Amazônia. No capítulo 1 , foi investigada a periodicidade anual dos anéis de crescimento, além de descrever os seus incrementos e estimar o diâmetro mínimo de corte (DMC) e o CC dessas espécies. Para esse propósito foram utilizadas combinações de técnicas dendrocronológicas com análises de radiocarbono e ajustes de equação para estimar o DMC e CC. Nas duas espécies os anéis foram considerados anuais e são delimitados por diferença de densidade em Q. paraensis e por faixa de parênquima marginal e zona fibrosa em P. pendula. No entanto, sem as análises de radiocarbono, constatou-se que podem ocorrer erros de aproximadamente 10% na delimitação e contagem de anéis em P. pendula. O incremento médio foi 0,93 cm.ano-1 ± 0,201 em Q. paraensis e 0,63 cm.ano-1 ± 0,221 em P. pendula. Pode-se afirmar que o histórico de exploração da floresta promoveu aumento no ritmo de crescimento apenas em Q. paraensis. A estimativa do DMC foi 53 cm em Q. paraensis e 42 cm em P. pendula com CC de 11 e 17 anos respectivamente. No capítulo 2, foram analisadas as variações da densidade e as dimensões celulares de fibras e vasos na direção medula-câmbio e a influência do manejo florestal nessas variações. Os discos foram preparados para a marcação anual dos anéis de crescimento e remoção de 10 amostras pré-definidas ao longo do raio para mensuração das fibras e vasos. A densidade foi obtida por densitometria de raios-x. Foram realizadas análises gráficas e comparativas entre as amostras nas diferentes posições radiais. Os resultados da densitometria de raios-x detectaram variações na densidade decorrente do manejo florestal em Q. paraensis e um lenho juvenil até 8 cm de raio em P. pendula. Houve aumento nas dimensões do diâmetro de vaso e diminuição na frequência dos vasos em Q. paraensis. Além do diâmetro de vaso, em P. pendula houve aumento do comprimento e da espessura da parede das fibras e diminuição da espessura total das fibras. A influência do manejo florestal foi mais evidente na área ocupada por vasos devido ao aumento nas dimensões do diâmetro de vaso e/ou frequência de vasos. Os resultados apresentados nesta tese permitem concluir: i) os critérios de manejo florestal no Brasil não se aplicam as espécies estudadas; ii) podem ocorrer erros na análises dos anéis de crescimento quando não são aplicadas datações com radiocarbono; iii) a madeira das espécies estudadas possui importantes variações radiais nos elementos anatômicos, inclusive devido a prática do manejo florestal as quais poderiam alterar a qualidade da madeira explorada dessas florestas. |