As adaptações dos índios tukano e maku-hup'du no rio Tiquié: nichos ecológicos distintos ou competição por recursos?
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11934 http://lattes.cnpq.br/9277906833036335 |
Resumo: | O Rio Tiquié tem nascentes na Colômbia e no Brasil drenam a região da Terra Indígena do “Alto Rio Negro”, e provêem fontes adequadas de proteínas aos povos indígenas há séculos num ecossistema pobre em nutrientes (Moran, 1991; Milton, 1984; Jackson, 1983; Gross, 1975). Os índios ribeirinhos Tukano e os índios semi-nômades da floresta Maku-hup’du desenvolveram um sistema social e comercial complexo, baseado numa estrutura hierárquica descrita como sendo de “escravidão” (Koch-Grünberg, 2005) a “patrão – cliente” (Epps, 2005; Milton, 1984), serventes e trabalhadores (Gentil, 2005). Mas, esforços recentes de missionários católicos e agências do governo têm encorajado o estabelecimento de aldeias permanentes para os Maku-hup’du na região (Milton 1984). Este estudo visou determinar quais as adaptações de populações de Makuhup’du e Tukano na região, e saber se ocupam nichos ecológicos distintos ou se estão competindo por recursos no ecossistema. Para isso, foram feitos levantamentos das quantidades, tamanhos e variedades e tempo gasto na obtenção de alimentos em aldeias Desâna no Igarapé Cucura, assim como nos povoados adjacentes da etnia Maku-hup’du. Os dados foram usados para analisar a largura dos nichos ocupados pelos dois povos. Esta pesquisa documenta uma grande alteração no padrão de subsistência em duas das três aldeias da etnia Maku-hup’du, ao passar da caça tradicional a um sistema de pesca e horticultura que é praticamente indistinto dos seus vizinhos dos povos Tukano. Esta pesquisa identifica um declínio importante no consumo protéico entre todas as comunidades pesquisadas quando comparada com os dados históricos apresentados por Milton (1984). A quantificação da largura do nicho sugere fortemente que o declínio observado nos recursos protéicos está associado a um aumento na sobreposição dos nichos de subsistência (como resultado das mudanças culturais já mencionadas) dos povos Makuhup’du e Tukano deste ecossistema pobre em nutrientes. Por fim, a presente pesquisa examina as implicações teóricas e práticas da adaptação (ou maladaptação) cultural e ecológica nesta reserva indígena no Brasil, que representa cerca de 10% da população total indígena e da diversidade cultural-linguística. |